sábado, 20 de setembro de 2014

SCANNER DAS FOTOS DO DISCO DE TRINDADE








UMA NOVA TEORIA SOBRE A PRESENÇA ALIENÍGENAS ENTRE NÓS


NÔMADES DO SISTEMA SOLAR


“Se em tudo o mais forem idênticas às várias explicações de um fenômeno,
 a mais simples é a melhor”
Guilherme de Ockhan

INTRODUÇÃO


A vida toda pautamos nossa atividade na ufologia por meditar mais do que falar, por raciocinar mais do imaginar, e por antever mais do que querer. O tema é fascinante, não nos cansamos de repeti-lo. Não há hoje maior desafio para nossa inteligência e maior assombro para nossas divagações e questionamentos na face do planeta, do que nos imaginarmos sendo visitados por espécies alienígenas. E o somos, de fato. Quer sejam extraterrestres, tese da qual discordamos, quer sejam intraterrestres, quer sejam dimensionais como defendem algumas correntes esotéricas envolvidas com o fenômeno, eles estão aqui. Mais à frente exporemos com detalhes nosso ponto de vista sobre isto, que difere ligeiramente da ideia geral. Voltemos então ao ponto. Onde está hoje a ufologia décadas após depararmos com a reportagem da revista o cruzeiro sobre o disco voador da Barra da Tijuca, naquele longínquo ano de 1952, quando começamos? Exatamente no mesmo lugar de sempre. Isto quer dizer que nada fizemos, nós os civis carentes de tudo, uma parcela da comunidade científica, e os militares de quase todos os países, com todo o apoio possível, nestes já longos sessenta ou setenta anos de profícuas pesquisas ufológicas desde os anos 1940 ou antes disso? Obviamente não. Admitir ou apregoar o contrário seria desmerecer injustamente o trabalho de gente abnegada, quantas vezes descurando da família e de si mesmo para praticar ufologia. Então estagnamos? Também não! Do nosso ponto de vista, não. Já não somos vistos como boçais por discutirmos discos voadores. Temos hoje uma vasta biblioteca sobre o fenômeno abordando-o sob seus mais diferentes aspectos, e de âmbito mundial. Ufologia não é mais um assunto que se discute à boca miúda em recintos fechados. Transformou-se em assunto do dia a dia. Está incluída na pauta de discussões de todos os povos. Excetuando-se, pois, a escumalha dos aloprados, certa corrente da mídia alienada e um bom punhado de ignorantes no assunto que teimam em contaminá-la com ruídos indesejáveis, já podemos discuti-la abertamente e, por que não dizer, até cientificamente. Acontece que isso não basta. Não bastou até agora. E não nos consta que algo vá mudar num curto espaço de tempo. Por quê, de estar se perguntando o leitor? Porque do outro lado dessa enigmática questão, não temos apenas uma esfinge a nos desafiar com o decifra-me ou te devoro! Assim fosse, e já teríamos nos deparado com um Édipo da ufologia e tudo estaria resolvido. Infelizmente, para todos os envolvidos, não é bem isso o que acontece. Temos, sim, um fenômeno tão estranho, dissimulado, inapreensível sob todos os aspectos, embora físico, embora concreto que, debalde todos os nossos esforços, ele se nos escapa pelos vãos dos dedos.
Neste ponto, para desatarmos o nó Górdio, já que não temos a espada de Alexandre, precisaríamos devassar a cortina de fumaça que obscurece nossa visão para invadirmos o espaço de nossos hóspedes e buscarmos as respostas que tanto nos angustiam. Mas como proceder? Esta é apenas uma dezena de perguntas sem respostas. Como elaborar um estudo sobre o fenômeno com o rigor que o cientificismo nos impõe, quando esse mesmo fenômeno nos atormenta como um fantasma a tumultuar nossas noites insones?! Muitos foram os que tentaram, ao longo do tempo, encontrar um caminho. A lista dos cérebros privilegiados que se dedicaram ao saudável propósito de elucidar o enigma é infindável. Centenas já ficaram pelo meio do caminho. Uns porque a idade já não lhes permitia prosseguir, outros porque deixaram de acreditar na possibilidade de alcançar o objetivo.  Outros, ainda, tiveram suas vidas truncadas de maneira trágica, suspeita, e passaram a figurar na lista de supostas vítimas de uma conspiração cujos tentáculos dão voltas ao mundo. Aqui, não nos convêm alimentar especulações nada construtivas para nosso propósito. Há livros e livros abordando o lado obscuro do fenômeno, e nós optamos por manter cautelosa distância de um assunto sobre o qual pouco sabemos de fato.
O propósito de nossos estudos tem sido o de vislumbrar uma brecha, um sinal, qualquer que seja esse sinal, mas que sirva para nos indicar um caminho, demarcar nossos passos. Nesse ínterim tateamos às cegas em busca de respostas àquilo que não compreendemos. Seria enfadonho enumerarmos todas as perguntas que perpassam por nossas mentes. Dentre outras tantas, aqui vão algumas que reclamam profundas reflexões:
a) Por que nossos hóspedes que parecem surgir do nada e voltar para o nada, se apresentam em quaisquer circunstâncias inteiramente à nossa revelia?
b) Como podem se manifestar em nosso próprio meio ambiente, onde deveríamos ter amplo domínio do que acontece ao nosso redor, e o fazem como se nós sequer existíssemos?!
c) Como é possível interagirem conosco no ar, em terra ou no mar, mantendo amplo domínio de suas ações, se temos como favas contadas que são alienígenas em nosso sistema?

SÃO HOSTIS A NOSSA GENTE

Com respeito ao comportamento nada amistoso de nossos hóspedes, muito já se tem falado, discutido, publicado, sem que avancemos um passo sequer no sentido de elaborarmos um modo preventivo de como devemos proceder em face de um contato. Temos conhecimento, sim, de sugestões esporádicas e de recomendações para que tenhamos cuidado ao nos aproximarmos de um objeto não identificado, de seus ocupantes ou de ambos. Tais apelos são bem vindos, mas não nos parece que logram êxito. E as razões para isso são várias. A mais comum se refere ao fato de que o contatado, quando é pessoa simples, do campo, sequer está informado sobre os detalhes mais preocupantes de toda essa problemática. Outra é quando o contatado ou é pego de surpresa sem sequer saber o que lhe está acontecendo, ou é levado à força para o interior do objeto. Relatos confiáveis de abduções forçadas existem às dúzias. Seja como for, em qualquer situação, o contatado é sempre vítima. O resultado disso todos nós sabemos. Casos de pessoas acidentadas, feridas ou queimadas de forma brutal, geralmente levando a óbito, estão em todos os autores que tratam com seriedade o problema. Quanto aos abduzidos que se safam sem maiores danos, também estes passam a conviver com sequelas físicas e psíquicas pelo tempo que resta de suas vidas. Em nossa opinião, todos os casos com suspeita de agressões alienígenas deveriam ser tratados com mais cuidado. Afinal, são de responsabilidade do Estado a segurança, a saúde e o bem estar de seus cidadãos. Não cabe a nós ufólogos, pesquisadores ou estudiosos, cuidar disso. Contudo, de certo modo, é isto que temos visto acontecer. Autoridades da área médica que se prontificam a tratar dos contatados, geralmente o fazem por sua conta e risco. Autoridades militares, quando se envolvem nas ocorrências, tendem a manter certa distância profilática dos contatados, devem ter suas razões.
Por outro lado, com ou sem ocorrências dramáticas envolvendo as testemunhas, abduzidas ou não, com os tais ocupantes dos objetos não identificados, não é difícil constatar que poucos são os autores que se voltam para os aspectos obscuros e repugnantes do fenômeno. Para cada estudioso que expõe o comportamento agressivo dos alienígenas (privamo-nos de citar seus nomes, pois todos sabem quem são e quantos são) temos dez dúzias de outros cujos trabalhos, quando não louvam nossos visitantes como se fossem nossos irmãozinhos cósmicos, idolatram-nos como anjos celestiais. Mas anjos não sequestram pessoas, reiteramos nós, anjos não maltratam animais, anjos não agridem a natureza, e anjos não estupram nossa gente. A verdade nua e crua choca e constrange, porém não rende dividendos.
Nesse contexto, nossa posição, desde o início, tem sido clara e inquestionável: não achamos nada agradável nos vermos na condição de reféns impotentes e a mercê dos propósitos pouco claros de nossos hóspedes. Podemos estar enganados em nossas conclusões, talvez estejamos sendo por demais pessimistas, e esperamos, sinceramente, que assim seja, mas escamotear os fatos não nos torna menos vulneráveis ao desconhecido. Não podemos conciliar as mortes, os aleijões, tampouco as abduções de nossas mulheres e a sessão de tortura a que são submetidas nas mãos de seus raptores, quando levadas para o interior dos aparelhos, com a leviandade com que encaramos esse processo todo! Podemos afirmar que a má impressão que nos causa tais relatos guarda estreita relação com as mazelas de nossa própria sociedade, das quais discordamos. Estamos sempre prontos a condenar os estupradores, os pedófilos, o delinquente comum, e não poderia ser de outro modo, mas somos condescendentes com nossos “irmãozinhos cósmicos” quando testemunhamos suas experiências bizarras com nossa gente.
Temos lido em algum lugar que bem podemos ser como cobaias para eles, e nosso planeta um laboratório cósmico. No entender de alguns conceituados estudiosos do assunto, daqui e de fora, é isso o que somos, e é assustador. Se você é capaz de entrar na casa do seu vizinho sem se anunciar e sem lhe dar a mínima satisfação, sentar-se à mesa e servir-se, apoderar-se daquilo que bem lhe aprouver sem ser incomodado e sem qualquer restrição, seu vizinho pode estar em maus lençóis. Em suma, é isso. Embora estejamos em nosso próprio planeta, eles são nossos vizinhos, quer gostemos quer não. Se, realmente, estamos em maus lençóis, o tempo dirá.
É bem verdade que ainda não sabemos quem chegou primeiro ao sistema solar. Se nós ou os alienígenas. Ou se chegamos juntos, e nos desviamos de curso na longa história do mundo. O que sabemos é que, bem ou mal, nós os seres humanos, estamos aqui construindo uma civilização. Estamos aprendendo com nossos erros, premiando nossos acertos e aprimorando o macaco que desceu da árvore. Temos normas e temos poderes para corrigir nossos desvios de conduta. Temos as leis, a Justiça e a polícia, e temos o direito de prender, julgar e punir aquele que pratica o mal. Ao passo que nossos visitantes não se sujeitam à lei alguma, pois gozam de licença para a prática de suas iniquidades. Executam suas ações com absoluta indiferença para com os possíveis danos e as possíveis sequelas advindas de sua agressividade para conosco, conscientes ou não. Essa é a realidade da ufologia. Essa é a preocupação que, pensamos nós, deveria nos acometer a todos.
Cangalha de balão. Gambiarra de árvore de natal em pipa gigante. Renderização e photoshop, bem podem divertir um bocado o leigo. Contudo, quem está minimamente informado sobre a realidade do fenômeno ufológico não acha graça nenhuma nisso tudo. Ufologia não é história da carochinha. Não somos, nem poderíamos ser, conforme a imprevisibilidade desse fenômeno e a distância enorme que margeia nossa ignorância e sua real natureza, a voz do oráculo ufológico. Mas, ainda assim insistimos, a hora da brincadeira já passou. Há muito tempo que passou. Temos a impressão que a ufologia é, para muita gente, uma gincana. Ganha quem primeiro avistar um disco voador. Ganha quem fotografá-lo, dar uma voltinha nele, ou bater um papo com seus ocupantes. Ganha quem melhor apresentá-lo sob as gambiarras da mídia global, quem tiver imaginação e criatividade para pintar um quadro do mais retumbante contato global entre nós e eles, ainda que tal contato não passe de desbragada fantasia. A realidade pode ser bem outra. Mas então, quando ela sobrevier, poderá ser tarde demais para socorrermos o menino da deliciosa fábula de Esopo. Na fábula moderna, os lobos bem podem vir fantasiados de alienígenas.

COMO NOS DEPARAMOS COM O FENÔMENO

         Quando começamos a nos deparar com o fenômeno discos voadores, éramos ainda criança e nossa leitura se resumiam nos gibis do "Flash Gordon", do “Buck Rogers”, entre uma dezena de outros, além de vê-los na matinê de domingo. A matinê era um cineminha na roça, construído por uma família circense, cujo patriarca era um gênio. Não por acaso seu nome era Eugênio. No cineteatro do senhor Eugênio, montado no quintal da casa conhecemos, numa tela 3x4 em super-8, duas dezenas de super-heróis dos anos 1930, 1940 e 1950. Era delirante e fantasioso. Talvez por isso nossa primeira ideia de um ocupante de um disco voador deveria se assemelhar a um herói do espaço sideral. Nada mais disparatado e inverossímil. Não tínhamos ainda nenhum curso técnico, nossos conhecimentos de ciência resumiam-se ao ginasial, depois colegial. Hoje, contando com um currículo que nos proporciona uma visão mais técnica e menos fantasiosa do fenômeno, e pondo a prova toda a nossa capacidade de raciocínio e discernimento, décadas após, é com extrema dificuldade que formulamos uma hipótese de quem sejam nossos hóspedes. E não estamos nos subestimando. É a pura verdade. As manifestações ufológicas transcendem em muito nossa capacidade de entendimento. Contudo, e com o mais profundo respeito a quem pensa o contrário, ainda nos recusamos a enveredar por vertentes que fujam dos aspectos puramente físicos da ufologia. Somos refratários a conciliar coisas intangíveis, imateriais, com qualquer manifestação física. E, a darmos crédito aos milhares de relatos já registrados em toda a casuística que passaram pelo crivo dos mais capacitados estudiosos, daqui e de fora, o fenômeno é essencialmente físico, a despeito de suas manifestações fantasmagóricas.
            Assim, a questão permanece aberta. As perguntas que nos atormentam estão aí. “Quem são eles?” Ou, reformulando a pergunta: “O que são eles?” “De onde se originam?” “O que pretendem aqui?” Podem ser alguma espécie de vida, entidades biológicas, mas de natureza absolutamente incompatíveis com a nossa? Podem.  E se forem robôs, ainda que construídos organicamente, meros replicantes de alguma coisa que surgiu ou foi criada seja lá por quem ou quando, e que, com o tempo saiu do controle do seu criador? Rompeu-se o cordão umbilical? E se esse criador já não mais existe, mas suas criaturas estão espalhadas por aí, entregues à própria sorte, destituídas de quaisquer princípios éticos, morais, filosóficos, culturais, mas dotadas de um impensável poder tecnológico, e à beira da loucura? O que farão conosco quando tiverem concluído seu propósito neste planeta? Ao refletirmos sobre perguntas para as quais não temos uma única resposta satisfatória, não é difícil entendermos o comportamento dos militares, principalmente eles, tanto quanto dos governos e da Igreja em nos confundir sobre a real natureza do fenômeno com que nos deparamos. O contrário poderá se dar se, à nossa revelia, nossos hóspedes indesejáveis provocarem um fato agravante de maneira que não mais seja possível manter a cortina de fumaça.


NA FÁBULA MODERNA, OS LOBOS VIRÃO FANTASIADOS DE ALIENÍGENAS

         O que testemunhamos hoje nas mais diferentes formas da mídia, nos sites, blogs e nas listas da WEB; nos jornais, revistas, boletins, reuniões, palestras, conclaves e tudo o mais é pura e simplesmente o resultado de um fenômeno que de há muito ultrapassou todos e quaisquer parâmetros de análise, de apreensão, de compreensão, de assimilação, ou da mais rudimentar forma de entendimento que se possa aplicar à questão em si. Costumamos brincar com uma das lendas da ufologia, a que diz que Kenneth Arnold inaugurou a era moderna dos discos voadores em 24 de julho de 1947, em Chehalis, USA. Folgamos dizendo que não há era moderna dos discos voadores, porque os discos voadores são milenares. Bem, também isso não é inteiramente verdade. Os discos voadores não são milenares, pelo menos não de rótulo, o que parece ser milenar nessa história toda é simplesmente o fenômeno em si. Daí porque tratamos como lendas certos rótulos na ufologia. Tal como aquele que diz ter sido um repórter da UP, Bill Bequette, o inventor do termo "prato voador", o primeiro passo para o que, logo mais, viria a ser chamado de "disco voador".
Pois bem, naquela época ufologia era isso mesmo, disco voador, e tão somente isso. De certo modo era divertido, era romântico e não era loucura, ainda que fosse algo despropositado acreditarmos em discos voadores, nós acreditávamos. Hoje sabemos que os discos voadores não são uma questão de crença. Entrementes o tempo foi passando, inexorável. E na sua passagem, foi se encarregando de mudar as coisas, de ir colocando os pingos nos ii, retocando aqui, corrigindo ali, montando, enfim, neste caso, um quebra cabeças que nenhum de nós (nós aqui é referência aos pioneiros do passado) jamais suspeitaria do que estava por vir. E hoje, o que temos nas mãos? Um imbróglio do tamanho de nossa galáxia. Neste ponto bem poderíamos fazer uma analogia com a FC, quando aborda a questão da criatura engolindo o criador! Simples assim. A ufologia engolindo nossos ufólogos, comendo-nos por uma perna. A coisa toda assume proporções assustadoras quando damos conta de sua imbricação não apenas em nossa biosfera, senão que aqui e alhures, em diversos pontos do sistema solar. Nossa Lua parece ser para eles uma base de operações, uma espécie de cabeça de ponte, ou coisa assim, de onde, provavelmente, decidem suas ações em nosso planeta. Más ações... Mas não estão apenas na Lua. Quem acompanha esse fenômeno há trinta, quarenta, cinquenta anos ou mais, pelo menos, sabe bem da real extensão do fenômeno.
         Há quem veja distorções gritantes na ufologia. Distorções estas que tem feito a ciência acadêmica praticamente afastar-se do problema, quando não, ignorá-lo por completo. Concordamos em parte com a primeira assertiva. Acreditamos ser coisa natural que o leigo encontre sérias dificuldades para executar uma tarefa de tal envergadura. A presença alienígena entre nós é uma realidade que se propõe virar do avesso nossas mais profundas convicções, nossa religião, nossa política, nosso estilo de vida, nossos mitos e nossa ideologia, e não poderia passar incólume pela criatividade de uma sociedade calcada na crença e no consumismo. À medida que o fenômeno tem-se manifestado em ondas, também em ondas têm surgido profetas e mercadores do templo, e ambos têm público cativo. Ambos têm existência bíblica. Os profetas, conquanto suas premonições nunca se realizem, satisfazem um público ávido por acontecimentos transcendentais. Já os mercadores, após serem expulsos do templo, espalharam-se pelo mundo, aprimoraram seus métodos de trabalho e não se queixam da vida. Assim é que o saudável propósito de elucidar um enigma acaba por ceder lugar às nossas necessidades mais prementes. Afinal, ao contrário dos nossos hóspedes, somos todos seres humanos. Temos nossa dose de virtudes, como também temos um quinhão de defeitos. Já no que se refere ao não engajamento do cientista clássico, esta é uma questão muito mais complexa do que pode parecer à primeira vista. Não devemos nos esquecer de que não faz muito tempo, três ou quatro décadas talvez, cientistas de renome, centenas deles, se dispuseram a estudar o fenômeno. Infelizmente, como todos nós sabemos hoje, o resultado daquele engajamento não resultou em progresso algum. Vários deles, com nomes a zelar e uma carreira acadêmica a cuidar, tiveram suas vidas viradas do avesso. Nenhum de nós ignora as mortes repentinas, os encontros inexplicáveis com recomendações que beiravam a ameaça e os suicídios suspeitos. Verdade? Mentira? Talvez um dia tudo se esclareça.
Entrementes lá fora persiste um enigma tão assustador quanto inexpugnável. Inexpugnável porque não há nada que possamos fazer para interceptá-lo, para devassar a couraça que o isola de nossas ações e poder submetê-lo a um procedimento técnico-científico que nos faça avançar no sentido de ao menos entender o tipo de fenômeno com que estamos lidando. É fato que nem tudo que de estranho acontece, deve ser atribuído à presença alienígena entre nós. Ninguém que se disponha a estudar com seriedade o problema pode ignorar fenômenos naturais mal explicados, fraudes deliberadas, enganos de interpretação, etc. Contudo a casuística acumulada em décadas de pesquisas de campo aliada a estudos de laboratório levados a cabo por gente séria, ainda que à margem das academias, são evidências irrefutáveis e mais que suficientes para um alerta geral: os alienígenas estão aqui! Definitivamente, eles estão aqui!
Construímos nossa teoria apoiando-nos em casos concretos, materiais, convincentes, verossímeis, e que estão acontecendo agora, exatamente agora, neste instante, em algum rincão de nosso planeta ou de nosso sistema solar. Já no início optamos por não nos deixarmos levar por obras romanescas, apelativas, calcadas em ideias fantasiosas da presença alienígena entre nós. Quando aludimos aos livros sagrados ou a quaisquer textos que apontam para a recém-batizada ufoarqueologia, nós o fazemos em reconhecimento a uma linha de pesquisas à qual não nos associamos, porém reconhecemos seus méritos. Nossa base de dados se assenta no livro vermelho dos discos voadores do prof. Flávio Augusto Pereira, já falecido, a quem tivemos a felicidade de conhecer nos idos de 1960. O livro do prof. Flávio tem-se mantido, a despeito do tempo, como fonte inesgotável de consulta a todos quantos se dispõem a fazer um estudo sério sobre os discos voadores. E hoje, convém observar, existe um inesgotável dossiê da casuística mundial à disposição de quem quer que se disponha a consultá-la. A ela temos dedicado nossos estudos de maneira persistente, metódica, ininterrupta.

Nota: Para corroborar nossa argumentação, não levamos em conta os contatados de boas novas, os canalizadores de plantão, os profetas da nova era, os anunciadores de um mundo novo, quiçá sempre adiado, tampouco os escolhidos dos deuses.    

A BÚSSOLA DA UFOLOGIA ENLOUQUECEU?

Há certo interesse entre os mais jovens nos dias de hoje em saber como tratávamos a ufologia quando nela ingressamos. É compreensível essa curiosidade. O caráter profundamente enigmático do fenômeno, sua natureza multiforme, e sua não menos multifacetada abordagem por parte de grupos os mais heterogêneos possíveis, quer em suas ações, quer em suas ideias, quer em suas teses, quer em seus acalorados (e nem sempre amigáveis) debates, em nada contribuem para que os aficionados da ufologia de hoje saibam que rumo tomar. O quadro com o qual os jovens se deparam assim que procuram situar-se frente ao problema, ou por curiosidade, ou por que busquem respostas às questões transcendentais da natureza humana é, para dizer o mínimo, caótico. Um painel abarrotado de relatos insólitos, quando não, incompreensíveis, sujeitos a um viés interpretativo conforme aflora nossa suscetibilidade ante os fatos, é o que de mais comum temos pela frente. Isso tudo porque não soubemos ou não tivemos como transformar o trigo ufológico colhido na casuística em pão sovado e servido ao faminto que dele necessita. Ou então, não estamos certos de nosso objetivo quando divulgamos a ufologia ao grande público, supondo que, assim procedendo, estamos ampliando a base popular de apoio a um propósito de interesse universal. Resta-nos perguntar se o povo, de modo geral, está realmente interessado em ufologia. Desconhecemos qualquer pesquisa nesse sentido. Mas, temos lá nossas dúvidas.
Lá atrás, quando pela primeira vez nos vimos frente a esse fenômeno, nossa reação outra não poderia ser senão a de espanto. O planeta Terra estava sendo visitado por seres alienígenas. Gente de outros mundos vinha conhecer-nos. A humanidade não era um capricho da natureza e o ser humano não estava isolado no universo. Enfim, tínhamos companhia, era o que pensávamos. Em algum lugar do cosmos, num orbe talvez bem semelhante ao nosso, perto ou distante, não importava muito, havia alguém inteligente, quiçá antropomorfo, e esse alguém nos descobrira. Passado o momento de espanto, aquele friozinho na barriga do espectador de quando se abre a cortina e o primeiro ator adentra o palco, sobreveio a realidade. O primeiro desconforto foi não ter o visitante nos saudado. Fosse quem fosse não desceu de sua nave, não nos procurou, sequer se deixou ver. Limitou-se a sobrevoar nosso planeta uma vez, duas vezes, dezenas de vezes e desaparecer. Com o lento passar do tempo, como nossos visitantes teimassem em não se apresentar publicamente, embora suas naves fossem vistas em nossos céus, o espanto arrefeceu. Com isso, alguns se desiludiram e se afastaram, conquanto outros, mais teimosos, ou mais persistentes, insistiram em especular, em prosseguir, e em buscar respostas para um sem número de questões que ainda hoje martelam as consciências de todos nós. Aquela desilusão da criança que não ganhou o doce, e a apatia que fatalmente sobreviria em seguida, teve ainda um capítulo surreal a dar-lhe um colorido todo especial quando o eminente físico teórico, Enrico Fermi, pondo água na fervura ufológica, desafiou-nos com um repto paradoxal: “Se eles existem, onde estão todos?”.
Era verdade. E continua sendo verdade. Onde estão os alienígenas? Como assim, onde estão os alienígenas? Estão aqui, estão entre nós, é a resposta óbvia de todo ufólogo bem informado. Estão na Terra, estão na Lua, e estão espalhados por vários objetos celestes do nosso sistema solar. Uma conclusão lógica quando baseada nas evidências incontestáveis, fartamente documentadas nos meios ufológicos. Mas isso não basta, não bastou até agora. Temos sido pródigos em correr atrás de discos voadores. Mas por não estarmos preparados para um tão singular desafio, não temos sido pródigos em documentar tais relatos com o requinte que o procedimento acadêmico assim o exige. Como esperar então que tais fatos sejam aceitos como a constante de uma equação cujas incógnitas já fez cérebros privilegiados entrarem em parafuso?
A despeito de tudo, de um dossiê casuístico incomensurável, citado lá atrás, não temos como apresentar uma única prova insofismável. E sem isso, nosso arcabouço ufológico, que por sua natureza física devia ser motivo de estudos superiores está, a pouco e pouco, transformando-se em objeto de crença. A descomunal documentação colhida e espalhada pelos quatro cantos do mundo não se encontra escoimada das fraudes corriqueiras, não foi expurgada de suas bobagens costumeiras, não serve portanto para consolidar o alicerce sobre o qual construiríamos uma nova ciência: O Conhecimento Ufológico! Não fizemos isso. Talvez não nos tenha ocorrido que uma iniciativa nesse sentido, o “índex” positivo do disco voador, endossado por todos os renomados ufólogos do mundo, faria mais pela ufologia que décadas de casuística aleatória. Por conta disso, e por conta de um sem número de distorções que se registram aqui e ali face às idiossincrasias que permeiam nosso trabalho conjunto, alguns produtivos, outros nem tanto, é que a torre de babel ufológica ameaça ruir sobre si mesma e virar pó ante nossos olhos estupefatos. Disto se aproveitam os profetas de ocasião, os anunciadores de um admirável mundo novo (não o do Huxley) e tantas quantas correntes místico-religiosas vislumbram aí a oportunidade de ouro para oferecerem a seus seguidores a tão sonhada salvação da alma, ou de corpo inteiro.
Neste início de século estamos consumando seis décadas daquilo que se convencionou chamar de ufologia moderna. E é com tristeza que vemos os pioneiros dessa empreitada se afastando gradativamente da arena de luta. Uns por idade avançada, outros porque já não acreditam que o progresso logrado até aqui não vá além do próximo avistamento, outros ainda porque julgam ter-se enganados com suas teses primeiras, e hoje, para espanto daqueles que permanecem fieis às suas origens, negam peremptoriamente tudo o que antes afirmavam. Fato é que os tempos mudaram, apenas estes, o insólito fenômeno ufológico continua desafiando-nos  com sua presença constante e ameaçadora em nosso sistema solar. Até quando?! Não sabemos! Neste ponto, ante as duras críticas que tecemos aqui, convém um reparo: é provável que todos se lembrem de que em manifestações anteriores não economizamos elogios à ufologia praticada hoje no mundo por um punhado de pessoas sérias e bem intencionadas. Em certos aspectos isso é verdade, e foram elogios na justa medida de tudo o que foi feito de bom. Contudo, é chegada a hora da reflexão. Refletir significa mudar de rumo. Precisamos encarar os fatos. A bússola da ufologia enlouqueceu! Alguém precisa remarcar o norte verdadeiro para que retomemos o rumo.

UM IMPROVÁVEL CONTATO GLOBAL            

Deparar-se com um desafio que nos leva ao limite de nossa capacidade de solução parece ser algo sempre prazeroso ao ser humano. Assim tem sido ao longo da história conhecida dos homens. É provável que se pudéssemos voltar ao tempo das cavernas e observar nossos semelhantes nos primórdios de sua existência em sua luta cotidiana pela sobrevivência, teríamos a certeza de que isto sempre foi assim. É de espantar que tenhamos sobrevivido ao limiar da vida, dadas as desafiadoras circunstâncias que se impunham a nós, seres humanos, naquela época, para que pudéssemos prosseguir nessa longa caminhada em busca da civilização. De lá para cá, desde que descemos da árvore, nossa luta cotidiana, sem tréguas, tem sido assim, matar um leão por dia. Nesse contexto bem podemos encarar a presença alienígena entre nós como mais um desafio de igual proporção. Contudo, intrometer-se em seus meandros, estudá-la e avançar uma explicação, uma idéia, tese ou teoria, tem esbarrado em questões intransponíveis para todos nós: quer sejamos pesquisadores, ufólogos, estudiosos ou apenas simpatizantes. Entre as questões ufológicas mais acaloradamente discutíveis se nos depara o tão aguardado contato global! É tamanha a ansiedade com que grupos, correntes e vertentes ufológicas anseiam por tal acontecimento que, sem qualquer critério de estudo ou de análise dos fatos, já estamos antecipando até a agenda política para quando isto se der! Aqui, o voluntarismo se sobrepõe à lógica dos fatos, abandona o bom senso, prediz o improvável e não se acanha de não apresentar qualquer argumento que o endosse, por mais superficial que seja. No texto que se segue, por ir de encontro ao devaneio de teses mirabolantes e desejos inconciliáveis com a realidade dos fatos, teses que apregoam um pleno intercâmbio de propósitos entre nossa raça e uma espécie extraterrestre que nos contate, opino em contrário. Vejamos então que significado tem uma civilização, ou o que entendemos por civilização, para que assim possamos bem avaliar as consequências e os desdobramentos de um possível, mas improvável, contato global. E por que precisamos entender este ponto? Simples. Porque somente entre duas civilizações que estejam aptas a um pleno entendimento pós-contato, poderemos encarar o fato em si como algo a satisfazer as partes envolvidas. Qualquer coisa que aconteça à margem de um entendimento pleno e construtivo entre as espécies biológicas, tende a desqualificar o fato em si como um contato positivo, amistoso, além de, possivelmente, classificá-lo como ocupação. Não creio que seja esta última opção a mais desejada por todos os que propagam ser chegada a hora da tão preconizada aterrissagem em massa de auspiciosas frotas estelares. Não é nossa intenção aprofundarmos o assunto ao nível acadêmico, já por não ser necessário, já por não corresponder ao propósito da argumentação que será aqui desenvolvida. Vamos pontuar as questões mais relevantes e confrontá-las com o que seria similar em nossos visitantes. Aqui, ao avaliarmos nosso estágio tecnológico atual, e nossos avanços científicos, sem menosprezá-los, contudo, veremos como se tornam risíveis idéias amplamente propaladas nos meios ufológicos como, por exemplo, a tão decantada engenharia reversa, que abordaremos mais adiante. Veremos como muita coisa em ufologia se propaga como fogo em palha seca porque alguém, simplesmente, e inadvertidamente, riscou um fósforo. É quando a coisa fagulha, aquece, incandesce, queima, apaga e desaparece!
Quais são, enfim, os aspectos relevantes de um agrupamento de indivíduos, quaisquer indivíduos em qualquer agrupamento, que devem ser levados em conta para que tal agrupamento seja reconhecido como uma civilização? Comunicação global? Avanço técnico-científico capaz de oferecer a cada indivíduo do agrupamento um completo estado de bem-estar? A total bem-aventurança? É de supor que se levarmos a questão ao cidadão comum, teremos uma resposta claudicante, limitada e, quando não, incoerente. A mesma pergunta se for feita a quem tenha formação superior deve nos levar, forçosamente, a uma resposta precisa, mais elaborada, mais completa. Mas, perguntamos, se a resposta do cidadão comum é perfeitamente descartável, e não deve ser levada em conta em defesa de uma tese, a resposta do acadêmico nos convence? Talvez não! Vejamos por que! É provável que o acadêmico comece por pontuar a linguagem e a escrita como dois dos aspectos mais relevantes da civilização, associados ao avanço técnico-científico, ao bem-estar social, a comunicação global, etc. Mas se o fizer, poderemos contra argumentar com inúmeros outros pontos relevantes da questão e tornar o debate infrutífero. Quem nos garante, podemos indagar, que dentro de 500, mil ou dez mil anos, ainda estaremos usando a fala para nos comunicarmos pessoalmente, a escrita para consolidarmos o conhecimento e os avanços técnico-científicos como geradores do bem estar-social? Quem nos garante que já não estaremos usando a transmissão de pensamento, a telepatia, para nos comunicarmos uns com os outros? Quem nos garante que não tenhamos dispositivos tecnológicos comandados pelo pensamento, tão avançados como seria hoje um celular nas mãos de um cidadão da antiga Suméria? Quem nos garante que nossas cordas vocais já não estarão atrofiadas por falta de uso? Se o cidadão comum apontar nossos avanços tecnológicos, perguntamos: nossa tecnologia de um submarino atômico de hoje difere em que (conceitualmente) dos galeões espanhóis, ingleses ou portugueses do séc. XV? Ou das galeras romanas de César? Ou dos barquinhos rudimentares com que fenícios e vikings singraram os mares em remotas eras? E nossa medicina atual, será que difere muito da medicina chinesa de antanho, ou indiana ou egípcia? E nossa arquitetura? E nossa cultura geral? Será que nossas bibliotecas de hoje ficariam a dever à Alexandria? Aqui está o porquê deste floreio, de toda esta divagação introdutória. O grau de civilização, qualquer grau, só faz sentido no espaço tempo em que se desenvolve. Em tempo anterior não se mede, apenas se especula sobre o que poderemos ter pela frente, e em tempo posterior, deixa de ser relevante, passa a ser peça de museu, antiguidade. Isto nos mostra que, embora o termo civilização não seja um conceito abstrato, é muito vago para ser definido por um punhado de substantivos e alguns adjetivos. O arado e a colhedeira puxados a burro, a maria-fumaça, o relógio de corda, a tv de raios catódicos e o rádio valvulado, o foguete à pólvora, o primeiro aeroplano e o saturno v, e por aí vai. Civilização não é uma coisa compacta, hermética, pronta e acabada, encerrada no tempo e no espaço feita embrulho para presente, que uma vez pronto, há de nos servir para todo o sempre. Neste contexto, a resposta do cidadão comum é tão válida quanto a resposta do acadêmico. O dinamismo que impregna uma civilização ao longo do tempo, transforma-a de tal maneira que dificilmente hoje poderíamos antecipar nossos avanços nos próximos dez mil anos. Não se conhece nenhum exercício, nenhum algoritmo de projeção capaz de prever as transformações da raça humana num futuro mais longínquo, em vinte, trinta ou cinquenta mil anos. Se isto assim se nos apresenta, o que dizer então da ideologia, da filosofia, da fé, como questões abstratas? Quem de nós pode afirmar com convicção que sabe como será nosso calendário religioso dentro de alguns milênios? Existirá ainda o cristianismo? Nosso planeta é único e formamos uma única raça, ainda estaremos separados entre Ocidente e Oriente? Será que a humanidade já não terá se transformado num conjunto coeso de seres humanos, harmônico e universalmente fraterno?
É com certa frequência que deparamos, nas listas da NET e na mídia em geral, opiniões pouco lisonjeiras tanto a respeito de nossa civilização, quanto no que se refere a nossa ciência e nossa tecnologia. Não podemos concordar com isso. Conforme nosso entendimento, não temos uma cienciazinha tacanha como ouvimos dizer, nem tampouco uma civilização canhestra. Nós temos a civilização, a ciência e a tecnologia que pudemos construir desde que descemos da árvore. Acreditamos mesmo ser considerável o grau de desenvolvimento da espécie desde a descoberta das pegadas de uma família de hominídeos, três indivíduos, dois adultos e uma criança, há 3,5 milhões de anos na Tanzânia Setentrional. De lá para cá, espalhando-se por todo o globo terrestre e ocupando todos os recantos habitáveis possíveis, alcançamos os dias de hoje acabando por coroar essa longa jornada com nossa triunfal descida na Lua, em 20 de julho de 1969. Nossos satélites artificiais, nossa estações orbitais, as viagens à Lua, e alguns artefatos já no limiar do espaço exterior, voyagers e pioners, são nossos primeiros passos no rumo de uma civilização cósmica. Entretanto, e a despeito de tudo, mesmo o de termos atravessado os limites de nosso sistema solar, é factível acenarmos com um encontro formal entre duas ou mais raças alienígenas e nós? E por que tal encontro deveria acontecer preferivelmente nos dias de hoje? Há algum sinal inequívoco que aponte para essa possibilidade? Não! A resposta mais plausível é simplesmente um redondo não! Um evento de tal magnitude, caso fosse viável, seria precedido de inequívocos sinais muito antes de se concretizar materialmente. Se deixarmos de lado nosso costumeiro voluntarismo e exercitarmos o senso crítico sobre a questão, vamos ver que não há sinal algum no horizonte dos eventos cósmicos que aponte para um encontro global entre raças alienígenas e nós.
E o que dizer da famosa equação de Francis Drake? Por que é sempre citada, comentada, questionada? A verdade é que (N=Rxfpxnexflxfixfcxl) não aponta para um contato. Sua função precípua não é a de prever viagens interestelares entre civilizações do espaço, senão que especular sobre as probabilidades da existência de tais civilizações. Por que então tanta celeuma sobre um contato iminente se não temos nada que assim o indique? Se uma civilização alhures, tendo superado os inimagináveis obstáculos a uma jornada pelo espaço cósmico, pretendesse enviar uma expedição fraterna a um planeta qualquer com o objetivo precípuo de estabelecer amizade, por que escolheria a Terra? E caso aqui desembarcasse, com quem iria dialogar? Conosco, os brasileiros, com os paraguaios, com os japoneses, com os russos ou com os americanos? Desceriam em Brasília, na Praça da Paz, no Capitólio, na Riviera Francesa, em Washington ou em Moscou, no Vaticano ou na ONU? Quer nos parecer que os obstáculos de toda ordem interpostos entre nós e eles são simplesmente insuperáveis. Vejam que o que chamamos de civilização em nosso planeta, é a raça humana como um todo, e que está se transformando a olhos vistos. E eles, o que são? Quais são suas idiossincrasias? E a sua política, e a sua ideologia, e a sua fé, e a sua cultura? A despeito de seu possível e impensável poder tecnológico e grau de ciência, sua conformação física seria antropomorfa? Seu fenótipo será facilmente reconhecível por qualquer de nós?
Resumindo, o que queremos dizer é que, antes que haja um contato global é preciso que haja um propósito. E o propósito de um contato está em quem se propõe fazê-lo. Não é o contatado quem decide a questão, é o visitante. Observem que em momento algum rebatemos as gritantes evidências de que temos hóspedes aqui em nosso planeta, e em todo o sistema solar. Quem nos acompanha em nossas divagações ufológicas sabe muito bem o que pensamos sobre isso. E sabe que somos coerentes em nossa argumentação. Uma coisa é termos seres alienígenas estabelecidos em nosso sistema solar. Ainda que não saibamos quem, quantos, desde quando, como ou por quê. E, principalmente, quais são suas intenções. Outra coisa é admitirmos a vinda de frotas estelares até nosso sistema com o firme propósito de nos contatarem. Contatarem-nos para quê? Qual seria o motivo que justificaria uma tarefa de tal envergadura? O que temos de tão importante aqui que poderia lhes interessar, a não ser o próprio planeta?
Cabe aqui outra pergunta, a que parte do nosso ponto de vista: nós queremos realmente um encontro global, ou fantasiamos um encontro global? Temos razões para afirmar que o queremos de fato, que sabemos de suas imprevisíveis consequências, ou tudo isso não passa de puro voluntarismo? Teria fundamento a tese de que um contato global nos traria grandes avanços em todos os aspectos de nossa vidinha insossa no planeta Terra conforme se apregoa? De acordo com as ideias que desenvolvemos neste texto, a resposta continua sendo não! Se toparmos com seres alienígenas que desfrutem do mesmo nível de evolução que o nosso, fato totalmente improvável, pois se nós não temos como ir lá, também eles não teriam como chegar aqui, nada ganharíamos com isso, tampouco nossos hóspedes conosco. O mais provável seria que nós nos digladiássemos em intrigas e aleivosias. Se, eventualmente, formos vítimas de um contato global com seres alienígenas muito superiores a nós em tudo, tese perfeitamente defensável, ainda que, continuamos acreditando-a improvável, ai de nós. Aqui residiria o maior perigo. Não partilhamos da ideia provinciana, nem em tese, de que seres superiores em tudo tendem a ser altruístas e benevolentes. Essa coisa de anjos extraterrestres pega bem na literatura, nas religiões ou em hollywood. A realidade pode ser bem outra, e bem amarga. Os maus exemplos, inúmeros, registrados em nosso próprio planeta, de contato entre povos mais desenvolvidos e povos ainda no limiar da idade da pedra, ou do ferro, um pouco mais ou um pouco menos adiantados, não nos autorizam a assim acreditar. E todos nós sabemos disso. Todos nós sabemos que o motivo de se buscar um contato entre povos estranhos nunca foi o de levar a bem-aventurança a quem dela necessitasse. Os reais motivos, quando não passam pela conquista pura e simples do povo contatado, ou pela ocupação de seu território, ainda que disfarçada, passam, no mínimo, por necessidades gritantes de quem chega, se instala, toma conta, se apodera e fica. De uma maneira ou de outra alguém poderia ainda alegar que, uma vez que somos belicosos, incultos, intransigentes e politicamente incorretos em quase tudo o que fazemos, não podemos medir os alienígenas por nossa própria medida. Argumentam que a raça humana não é espelho de possíveis espécies extraterrestres. Concordamos plenamente. Mas há um porém, e esse porém é que nós somos o único exemplo sobre o qual podemos especular. Ainda uma última pergunta: quem nos garante que os alienígenas que aqui desembarcarem, se e quando desembarcarem, ainda que provenientes do espaço exterior, não sejam piores que nós?! Quem era mais belicoso, Cortez ou Montezuma, Francisco P. González ou Atahualpa, Custer ou Touro Sentado, Manuel Preto ou Tupinambá?
Dois são os propósitos ao expormos linhas acima nossa opinião sobre a momentosa questão de um possível, porém improvável contato entre seres provenientes do espaço exterior e nós. Um é o de nos mantermos alertas com respeito ao desconhecido. E não estamos isolados nisso. Menos mal. Outro é nossa tentativa, talvez ingênua, de tentar acalmar um pouco os ânimos de certas correntes ufológico-messiânicas, que anseiam pela chegada em grande estilo de sabe-se lá quantas frotas estelares sob tais e tais comandos anunciando-nos o paraíso! Pura balela! O delírio é tamanho que até Jesus Cristo está prestes a desembarcar de um disco voador! Não há mais limites para a fantasia e o deslumbramento. O despropósito é tamanho anunciando a chegada dos extraterrestres, que mesmo argumentar contra torna-se difícil. Marcianos e venusianos, uranidas, pleidianos ou unmitas, alguns já desacreditados, Cabalá, Asket e Semjase, Akon, Orthon, Karran, Krion e Ashtar Sheran são apenas alguns. Na vasta literatura ufológica abundam dezenas de alienígenas e seus planetas de origem.

ENGENHARIA REVERSA ALIENÍGENA: É FACTÍVEL?

Quando falamos em engenharia reversa entre a tecnologia alienígena, que deve estar milênios à nossa frente, e a nossa, por certo não estamos nos dando conta do abismo que nos separa. Engenharia reversa significa, em termos simples, compreensíveis ao leigo, reproduzir, replicar ou copiar, dá tudo na mesma, qualquer artefato tecnológico estranho a nós, e fazê-lo funcionar. Somente quem já esteve envolvido em tarefa similar sabe o que isso significa. Em nossa vida profissional nos laboratórios de uma multinacional do setor de telecomunicações, por cerca de vinte anos, tivemos a oportunidade de participar de projetos de transferência de tecnologia. Transferência de tecnologia de ponta de um grande país da Europa Ocidental para a unidade aqui estabelecida. Vejam que o ponto que abordamos como exemplo trata de transferência de tecnologia apenas. Questão bem mais simples de se lidar do que engenharia reversa. Ainda assim existem dificuldades de toda ordem que vão aparecer à medida que o trabalho avança. Obstáculos e contratempos que se interpõem a todo momento, e questões menores que sequer são antecipadas, mas que brotam do nada para tornar lento e arrastado aquilo que deveria progredir célere. Observem que transferência de tecnologia difere substancialmente do que entendemos por engenharia reversa, ainda que, aparentemente, ambas as coisas apresentem similaridades. Na transferência de tecnologia entre países, vejam agora o caso de Brasil e França com as negociações sobre os caças rafalles, da Dassault, estamos tratando com gente como nós, muitas das vezes falando o mesmo idioma, exteriorizando os mesmos hábitos, costumes, vícios e idiossincrasias. Temos todos os manuais disponíveis discorrendo sobre tudo. Temos toda uma consultoria para nos dirimir quaisquer dúvidas que se nos depare ao longo do processo. Via de regra, temos tudo à mão, materiais, manuais, protótipos, o que nos resta fazer é desenvolver um equipamento similar, testar, aprovar e produzir. Ainda assim, o acordo entre as partes demanda meses, anos, quando não, décadas para ser levado a cabo e gerar frutos. Dito isto, o que podemos concluir então da tal engenharia reversa entre nós e os alienígenas? No que nos diz respeito nunca existiu. Não passa de lenda. Engenharia reversa entre a tecnologia alienígena e a nossa seria como levar uma TV, um celular, um smartphone, um PC ou um aparelho de som lá para o alto Xingu, reunir a tribo, rezar o abc tecnológico do “radio handbook” para o morubixaba tupinambá e intimá-lo: agora monta e faz funcionar!

UMA NOVA TEORIA            

A humanidade ensaia timidamente os primeiros passos para a construção de uma civilização cósmica. Se não depararmos com um acidente de percurso que inviabilize nosso destino final, é o que faremos. Ocupar o espaço em torno da estrela que lhe dá suporte à Vida é vital para toda espécie cujo crescimento demográfico impõe um progresso igualmente acelerado dos bens de produção, da ciência e da tecnologia. Quando tivermos esgotados nossos recursos naturais, vamos necessitar dos planetas adjacentes. Já desembarcamos na Lua (a despeito de quem pensa o contrário), amanhã desceremos em Marte, depois numa lua de Júpiter (Io ou Europa), a seguir (Vesta, Ganímedes ou Titã). Faremos isso até os limites do nosso sistema. Ir além de nossas fronteiras já é assunto para a FC.
Entrementes há uma pergunta nas entrelinhas: e nossos hóspedes neste planeta? Se sua natureza assemelha-se à nossa, se progrediram em todos os níveis, além do tecnológico, principalmente o demográfico, é lógico supor que também precisem de espaço tanto quanto nós. Um planeta, qualquer planeta, do nosso sistema ou de qualquer sistema alhures, é finito em suas possibilidades de abrigar a vida se não puder conter o crescimento demográfico da espécie que o habite. E ainda que o contenha, o próprio planeta, ao longo de alguns milhares de anos, fatalmente terá exaurido seus recursos. A geração de energia, a produção de alimentos, a acomodação, o abrigo e o transporte de bilhões de seres vivos, num dado momento entra num processo irreversível de degradação ambiental, atinge o colapso. Portanto, muito antes disso, qualquer espécie dominante, estando ciente das condições adversas que se avizinham, vai engendrar uma solução fazendo uso de todo poder científico e tecnológico que disponha. E é por este viés da questão nada auspicioso para nós, que expomos nossas reflexões sobre o que fazem aqui os alienígenas. Nosso planeta está na meia idade, nem muito jovem, nem tão velho assim, são quatro e meio bilhões de anos de vida antes que o Sol o aniquile inexoravelmente, e nossos recursos naturais, a despeito de sermos uma espécie predadora, estão longe de um esgotamento total. Nesse quadro, temos pela frente, sem falso otimismo, algumas centenas de milhares de anos antes de nos defrontarmos com o problema de abandonar a casa. Mas o que dizer do planeta de nossos hóspedes? Se o planeta de onde vieram está se exaurindo, e a Terra é sua alternativa mais viável, não seria lógico supor que estejam aqui tentando estabelecer as condições adequadas para uma migração em massa enquanto há tempo? Ou quando chegar a hora? Discutiremos isso mais a frente.

UM PROPÓSITO OBSCURO 

A rigor, quanto mais refletimos sobre o problema, mais um ponto nos parece claro: não são visitantes casuais, nem comportam diferentes espécies. A espécie é uma só, e não importa de onde tenham vindo, de nosso próprio sistema ou de seu exterior, adaptaram-se ao nosso planeta e estão pondo em prática um projeto de ocupação, à nossa revelia. E é isso que nos preocupa. Preocupa quando somos sequestrados e levados à força para o interior de suas máquinas, e lá submetidos a exames invasivos sem que possamos impedi-los. Preocupa quando induzem um ser humano, homem ou mulher, a um intercurso sexual com alguém de lá sem que tenhamos a mínima ideia de suas consequências imediatas ou futuras. Preocupa quando pesquisadores e estudiosos da ufologia ignoram, na boa fé, a periculosidade alienígena. O que, convenhamos, não corresponde à verdade. A hostilidade para com nossa gente, nossa flora e nossa fauna, é manifesta, é evidente, e está registrada em centenas de relatos de absoluta credibilidade. Sentem-se tão senhores da situação, que não buscam sequer escamotear suas ações nefastas! E preocupa ainda mais quando eles fazem questão de nos mostrar escancaradamente seu poderio tecnológico como advertência! Como quem diz: cuidado, terráqueos, podemos reduzi-los a pó, basta que se oponham a nós!  

MAS, AFINAL, O QUE É UM ALIENÍGENA? 

No contexto ufológico, de acordo com alguns relatos dignos de fé, outros nem tanto, além de centenas de fotos e filmes de credibilidade duvidosa a maioria, o tipo físico predominante é o *grey. Seria o grey um exemplo de vida alienígena inteligente extremófila, adaptável a qualquer ambiente? É uma pergunta provocativa, sem dúvida, e ainda não temos respostas para ela. Sabemos que são antropomorfos porque é dessa forma que são vistos. Estudos taxonômicos levados a efeito por ufólogos que se dedicaram a esse viés da questão baseados em incontáveis testemunhos ao redor do globo, apresenta-os como dotados de cabeça, tronco e membros. Mas esses estudos não bastam para aproximá-los de nós, na verdade, são absolutamente insuficientes para classificá-los seja lá do que for. Um ser vivo, de uma bactéria ao homem, tem tal complexidade estrutural que qualquer classificação que não o leve em conta como um todo, que o defina apenas em parte, ou por uma de suas partes, tal como a fábula do elefante indiano, nunca será suficiente para um esboço antropológico.
Faz sentido acreditar que haja Vida similar à nossa no Cosmos, ainda que baseada no carbono, hidrogênio, fósforo, enxofre, nitrogênio e oxigênio? Sim, e não. Supor que vamos encontrar um alienígena à nossa imagem e semelhança porque é formado com os elementos básicos citados acima, é pura fantasia bíblica. Nada indica que seja assim. Aceitar que um único DNA, o DNA humano, predomine no universo produzindo vida inteligente seria uma aberração cósmica.

*Baixa estatura para nossos padrões, pele rugosa e escura, olhos grandes, negros e oblíquos, nariz, boca e orelhas indefinidos, não falam, não ostentam musculatura e não exteriorizam sentimentos, mas são dotados de enorme força mental e física.

NÔMADES DO SISTEMA SOLAR? PARASITAS? 

Se refletirmos friamente sobre o modo como essa espécie se comporta em nosso meio, a começar por seu vai-e-vem constante em todos os recantos do globo, então as respostas ao subtítulo do parágrafo é sim! Até sua demografia, se a ela tivéssemos acesso, deveria ser algo incompreensível para nós. Onde estão suas cidades? Onde estão seus órgãos de governo, seus hospitais, suas escolas, suas praças esportivas, suas festividades, suas famílias? Onde estão seus veículos de transportes, seus trens, seus bondes, seus ônibus e metros? A não ser suas geringonças arredondadas que parecem servir para tudo, até para moradia, o que mais têm eles que ignoramos e que faça parte do seu modus vivendi? Que filosofia de vida praticam? Como será que se comportam religiosamente? Enquanto nós, seres humanos, sequer compreendemos ainda nossa própria espiritualidade, a vertente ufológica esotérica canta em prosa e verso a decantada espiritualidade alienígena, será que eles as têm realmente?! Logo, há que se perguntar, como atribuir ao ET a santíssima trindade se a própria igreja católica custou a reconhecê-la na raça negra? Socialmente falando, como administram suas vidas, seus agrupamentos, suas comunidades? Vivem sob a égide de tutores, de mestres, casais legalmente constituídos, professores e assemelhados, ou com eles é cada um pra si e Ashtar Sheran pra todos? Suas crianças não precisam de escolas, creches, parques infantis, recreação, enfim? Ou sua sociedade é feita apenas de adultos? Por fim, onde descartam o lixo urbano? No fundo de nossos oceanos? Bem, neste caso, e somente neste caso, se assim for, não podemos criticá-los, nós fazemos pior, inundamos de dejetos nossos mares.
Com os primeiros passos na conquista espacial, descobrimos que somos dependentes da força g ao nível do chão para vivermos bem. Longa permanência num sistema sem gravidade acarreta perda de massa muscular, perda óssea, volume sanguíneo, além dos eventuais transtornos psíquicos. Há que considerar ainda as radiações nocivas a que ficam expostos os seres vivos quando acima da estratosfera. Os extraterrestres estariam imunes a todos esses contratempos? Não adoecem? No que se refere a sua anatomia, órgãos internos, fisiologia, de que natureza são? É lógico supor que nossos visitantes são constituídos de células tais como as nossas. Nossas células são dependentes de água para se desenvolverem, para se multiplicarem e para se regenerarem, 20% em células adiposas a 80% nos neurônios. Eles, não? Pelo que sabemos, não há muita água no sistema solar, exceto em nosso planeta. E o que dizer da energia que precisam para viver? Como é que se alimentam? Aqui na superfície a produção de energia e de alimentos é uma questão básica para todos os povos. Será que nossos hóspedes vivem de sugar nossa energia e de surripiar nossa comida? É dessa forma que vivem os parasitas. Será por isso que precisam de nós, será por isso que nos preservam?...

VIAJANTES DAS ESTRELAS

Outro ponto que não consideramos defensável seria tratá-los como viajantes das estrelas. Não existe qualquer relato de fonte fidedigna, irrefutável, dando-nos conta de que uma astronave aterrissou em qualquer ponto do nosso planeta, e dela tenham desembarcado visitantes do espaço sideral, seja lá com que propósito for. Não há registro de ninguém que trate a ufologia com seriedade em qualquer grupo de estudos, em qualquer ponto do globo, que possa afirmá-lo de maneira insofismável. Nem poderia ser de outro modo, qualquer afirmação nesse sentido é, com certeza, paralogismo. Qualquer nave espacial que aportasse em nosso sistema comandada por seres biológicos inteligentes, dificilmente manter-se-ia longe da mídia e da curiosidade popular. Mormente se seu objetivo primeiro fosse contatar-nos. O alvoroço provocado seria tamanho que colocaria em cheque a normalidade social. Muito provavelmente, antes que o evento ocupasse a mídia e se espalhasse pelo mundo, as forças armadas entrariam em ação com rigor para conter os ânimos exaltados e os paparazzi. Ato subsequente seria submetermos nossos visitantes a uma rigorosa quarentena para evitar possíveis contaminações.
A esterilização de equipamentos, dos trajes e dos objetos pessoais, de suas provisões e dos artefatos tecnológicos é prática rotineira em nossas viagens espaciais, isso inclui os astronautas. Há o risco de contaminarmos o ambiente exterior, sem termos como avaliar suas consequências, e o risco de regressarmos de lá contaminados por uma bactéria patogênica vinda de fora, o que poderia ser catastrófico para nossa espécie. Isto nos leva a pensar que também nossos visitantes podem nos contaminar ou, em idênticas circunstâncias, serem contaminados por micro-organismos de nosso meio ambiente. Todo ser vivo multicelular é um hospedeiro natural de micro-organismos, patogênicos ou não, alienígenas não devem ser diferentes. Em vista disso, qualquer possível contato, ainda que improvável, entre espécies distintas, deve ser conduzido com máxima cautela de ambas as partes. Convém não nos esquecermos da celeuma provocada pelo **Allan Hills 84001, meteorito encontrado na Antártida em 27 de dezembro de 1984, cujas dúvidas, se estava ou não impregnado de micro-organismos marcianos, perduram ainda hoje. Isto nos dá uma ideia de como é difícil para os microbiologistas lidarem com a vida bacteriana e as consequências de possíveis contaminações.
Outro ponto não menos importante para quem, eventualmente, aterrissasse em nosso planeta seria sua adaptação orgânica a este sistema. A não ser que encontrassem aqui uma biosfera rigorosamente similar a de seu planeta de origem, a mesma composição do ar, igual pressão atmosférica, igual teor de umidade e temperatura, ciclo solar de 24 horas e força g de 9,8 m/s2, não teriam, tão prontamente, tamanha liberdade de locomoção, liberdade essa tão a gosto dos relatos fantasiosos. Entretanto o que se pretende apontar aqui não é o impacto sobre nós de um evento de tal natureza, ao contrário, é mostrar que tal evento está longe de acontecer. Veremos isso no apêndice “argumentação”.

** ALH 84001, meteorito de 1,931g encontrado na Antártida em 27 de dezembro de 1984.

Sejam quais forem as respostas às nossas indagações, ao examinarmos o fenômeno ufológico, algo fica evidente: os que estão aqui, nômades ou não, parasitas ou não, não são nossos irmãozinhos cósmicos! São agressivos! Histórias da carochinha de que ET é bonzinho, que ET cura doenças, que este ou aquele contatado, então doente, curou-se por vontade extraterrestre, não têm fundamento, não se sustentam, são fantasiosas e inverossímeis. Temos relatos na ufologia séria, e não são poucos, de pessoas absolutamente sãs que após um contato de 2º ou 3º grau perderam a saúde, tiveram suas vidas arruinadas, quando não, foram levadas à morte. Exemplos não faltam. É também verdade que, vez por outra, alguém doente se diz curado após um contato, e não temos como negá-lo. Mas o que se discute aqui não é se houve ou não a cura, é a questão de causa e efeito. Creditar ao ET o milagre, quando não há nada nos fatos que nos autorize a assim pensar, é leviandade! Hoje, com o avanço científico no campo da saúde, sabemos que muitas doenças são auto-curáveis, tem mais a ver com a reação emocional e psíquica do doente, com sua postura, sua alimentação, seus hábitos de vida e menos com a terapêutica. Há registros de pessoas desenganadas pelos médicos que voltaram à vida sem que se saiba exatamente como, mas não porque um ET assim o quis. O pensamento positivo, a prática do bem, até a (controvertida) cura pelas mãos (reiki), a autossugestão e o ho’oponopono são práticas conhecidas em todos os seguimentos da sociedade, quer da oriental, quer da ocidental, e não foram trazidas por ETs. Portanto, antes de atribuirmos uma prática miraculosa de alguém a um suposto contato ufológico, conviria nos inteirarmos dos fatos, submetê-los a uma rigorosa análise de laboratório, e só então, munidos de laudos irrefutáveis, trazê-los a público.

AVANÇOS E RECUOS     

Como entender então o fenômeno ufo? Quando teorizamos sobre os alienígenas na tentativa de compreendermos sua presença em nosso planeta, três são os pontos básicos que norteiam nossas dúvidas e atormentam nosso espírito, não necessariamente pela ordem: a) quem são; b) de onde vêm e, c) o que querem aqui... São dúvidas que permeiam todo trabalho levado a efeito sobre a presença alienígena entre nós, contudo, e a despeito de um enorme esforço despendido, e de considerável quantidade de papel impresso, não temos avançado muito sobre o tema. A manifestação peculiar do fenômeno é um sério obstáculo interposto entre o estudioso e o objeto de seus estudos. Tudo porque não temos como colocar em prática um processo efetivo de abordagem sobre nossos hóspedes para conduzir um trabalho aprofundado de sua natureza. A investigação científica, qualquer que seja, para ser levada a cabo com proficiência requer uma condição básica, imperativa, que é a de poder isolar seu objeto de estudo. Sem isto, sem abranger amplamente seu campo de ação, sem ter como pesar, medir, classificar, quantificar e qualificar, o investigador poderá, quando muito, emitir um juízo parcial sobre seu trabalho, nunca definitivo. O disco voador é assim, seu comportamento imprevisível não nos permite observá-lo sob condições de um amplo domínio de suas variáveis. Em suma, o quadro é desalentador! O que nos propomos fazer então, contando com uma boa dose de sorte, é tentar surpreendê-los em suas ações, registrá-las na casuística (temos feito isso com rara competência ao longo de seis décadas em todos os recantos do planeta), estudá-la e teorizar sobre o que o futuro nos reserva.
Os estudos taxionômicos citados lá atrás, a regressão hipnótica com abduzidos e as práticas cirúrgicas para retirada de implantes, nos permitiram avançar um pouco mais nosso entendimento sobre eles, ao mostrar-nos que o tipo predominante é o “grey”. Caracterizam-se assim os cabeçudos (alfa 1) de olhos negros, volumosos e saltados, tanto quanto os menorzinhos (alfa 2) com feições menos grotescas, mas nem por isso menos agressivos. Alfa 1 e alfa 2 aparecem em mais de 70% dos contatos onde a interação com seres humanos deixam sequelas. Os demais tipos citados não merecem maiores atenções, pensamos nós. Gigantões ou anãozinhos, loiros ou não, peludos ou pelados, não são os que movem as peças nesse enigmático tabuleiro de xadrez, talvez sejam coadjuvantes.
A auspiciosa classificação morfológica foi um ponto de partida, mas ficou nisso. Infelizmente, até hoje, nenhum cientista social atreveu-se a desenvolver um estudo antropológico alienígena mais abrangente, conquanto se quisesse fazê-lo, teria material coletado em abundância à disposição. De resto, enquanto assistimos passivamente o desenrolar daquilo que pode ser uma ignóbil pesquisa de laboratório a que estamos sendo submetidos; eles estão lá fora, em algum lugar ou em centenas de lugares ao mesmo tempo, certamente dando continuidade a um propósito obscuro.

CONCLUSÃO 

Ficção científica?! Não, absolutamente! Quem nos acompanha em nossas reflexões ao longo do tempo sabe que não exageramos. O cenário que desenhamos da presença alienígena em nosso planeta é baseado em fatos irrefutáveis, e é factível. Seu desfecho pode estar programado para daqui dez, vinte, cinquenta ou duzentos anos, não importa, desde que eles disponham de tempo para realizarem sua sinistra tarefa enquanto somos reféns em nossa própria casa, eles a realizarão. O quadro é sombrio, e as poucas vozes de alerta soam no deserto.
Golias contra o rei Davi! Pena que, neste caso, Davi está desarmado, Golias tem a força, a funda e a pedra.