terça-feira, 25 de dezembro de 2012

Objetos Gigantes nas Proximidades do Sol

E NÃO FOI DESTA VEZ!






OBJETOS GIGANTES NAS PROXIMIDADES DO SOL? UM PLANETA DESCONHECIDO? FICÇÃO? REALIDADE? A TERRA PODE SOFRER UMA COLISÃO DE PROPORÇÕES CÓSMICAS? O QUE MAIS ATENTA CONTRA O FUTURO DA RAÇA HUMANA?



           

         A lista é longa, polêmica e diversificada: N.E.O., Nibiru, Calendário Maia, Fenda Negra, Inversão Polar, Aquecimento Global, 99942 Apophis, esfera desconhecida, gigantesca, sugando energia do Sol, e até um improvável ataque alienígena, embora possível, alimentam as teorias conspiracionistas do fim do mundo! Será mesmo? Se vistas como um conjunto de possibilidades catastróficas, e sem qualquer reflexão mais profunda sobre o assunto, algumas das ameaças aludidas acima não nos dão chance de escapatória, nosso fim está próximo! Na contramão estão o bom senso e o discernimento. E é isso que procuraremos demonstrar neste artigo. Vamos analisar friamente cada ameaça, real ou imaginária, em busca de uma resposta que satisfaça não apenas a curiosidade do leitor, mas também sua legítima preocupação com a sobrevivência de si mesmo e da espécie.


A AMEAÇA MAIS PRÓXIMA DE NÓS

Por incrível que pareça, a ameaça mais próxima ao nosso planeta vem do próprio Sol! O ciclo periódico de 11 anos do Sol, quando a Terra fica à mercê de tempestades solares (as conhecidas ejeções de massa coronal) muito acima da normalidade, é sempre motivo de preocupação para todos nós. Mas nada que nos ameace com uma catástrofe de proporções continentais. Mesmo em períodos de atividade normal, a energia solar (ver boxe), sem a qual não há qualquer possibilidade de vida em orbe algum deste sistema, não é totalmente limpa. As emissões solares nas faixas UV-A, UV-B e UV-C são extremamente nocivas aos seres vivos. Nosso manto protetor, a camada de ozônio (O3), a partir dos 25 km de altitude, sofre constante degradação com a progressiva emissão de poluentes químicos. Os aerossóis a base de CFCs, atualmente proibidos, produziram e continuam produzindo depressões (buracos) por onde vazam as emissões solares perigosas apontadas acima. Curioso notar que o ozônio (O3) que nos é benéfico na estratosfera, pois nos garante a vida ao barrar o ultravioleta, transforma-se num gás nocivo, cáustico, irritante das mucosas e do sistema respiratório se concentrado ao nível do chão. Outra questão preocupante hoje vem por conta do efeito estufa. A queima de combustíveis fósseis para gerar 80% da energia que alimentam 7x109 de seres humanos inunda com grandes quantidades de CO2 a atmosfera, pondo em risco a estabilidade do clima, vital para todos os seres vivos. O degelo das calotas polares; a degradação constante do meio ambiente, principalmente nos grandes centros urbanos, são problemas nossos, e mais uma séria ameaça. Existe ainda o perigo, real sim, veremos isso mais frente, de uma colisão da Terra com algum objeto estelar desgarrado de sua órbita costumeira. Convenhamos, todas estas questões mexem com o emocional de cada um de nós, quer saibamos equacioná-las, quer não.




A poluição do ar por meio dos aerossóis a base de clorofluorcarbono causou estragos na camada ozônio que levarão décadas para serem corrigidos. Com o protocolo de Montreal de 1987, a conferência de Londres de 1990, e acordos posteriores, onde se promete reduzir drasticamente seu uso industrial até a total eliminação, espera-se para dentro de algumas décadas a recuperação plena do manto protetor de nossa biosfera.




            
A TECNOLOGIA QUE NOS PROTEGE     

   Antes de pontuarmos as ameaças mais iminentes, convém discorrermos um pouco sobre os instrumentos que mantêm em severa vigilância o sistema solar e alhures. São telescópios em órbita da Terra, do Sol, de outros planetas do sistema, ou aqui mesmo no chão, que se somam às centenas de outros artefatos tecnológicos com as mais diversificadas finalidades, todos eles voltados para um exaustivo trabalho de monitoramento constante de tudo o que há lá fora, principalmente no que se refere ao lixo espacial. Sensores óticos, radiotelescópios, telescópios de análises espectrais nas faixas de Raios-X, infravermelho, Raios Gama, análises de partículas, análise de microondas (radiação residual do big bang) e toda uma parafernália que geralmente foge à nossa compreensão, ainda que tenhamos uma sólida formação tecnológica. Dentre os telescópios que operam no espaço exterior, o mais conhecido e mais simpático a nós se chama Hubble, NASA/ESA, em órbita a 560 km de altitude. Telescópio ótico, sistema Cassegrain, cuja objetiva mede 240 cm, e cujo desempenho, ao escancarar as fronteiras da galáxia e além com suas imagens estonteantes, nos deixa a todos embasbacados. Segue-se o Spitzer, NASA, resfriado a hélio líquido, criogenia, análise espectral na faixa de 3 a 180 microns (10-6), cujo objetivo será estudar a composição de 100x103 de objetos celestes; Keppler, NASA, o caçador de exoplanetas, como foi apelidado, capaz de localizar planetas com diâmetros bem inferiores aos descobertos pelo CoRot, francês. O catálogo de planetas em órbitas de outras estrelas descobertos por esses dois instrumentos, de longe, já ultrapassa dois mil. SOHO (Solar and Heliospheric Observatory) NASA/ESA, é uma ambiciosa nave estelar cuja tarefa é estudar a estrutura interna do Sol, por isso ocupa uma órbita no ponto Lagrange 1; SDO, NAAS (Solar Dynamics Observatory) outro sofisticado laboratório estelar para estudar o campo magnético solar, sua influência sobre a Terra e no restante do sistema; Herschel, ESA, estudos do espectro na faixa do infravermelho, 60 a 670 microns (10-6), está em órbita no ponto Lagrange 2, 1,5x106 km longe da Terra, três vezes e meia a distância da Terra à Lua, cujo objetivo é ampliar nossos conhecimentos sobre a  formação de estrelas e galáxias. Planck, também em órbita no ponto Lagrange 2, estuda a emissão de microondas a partir do centro hipotético do Universo desde um instante t > 0 após o big bang. Além destes, não podemos nos esquecer do IRAS (Infrared Astronomical Satellite) vovô de todos eles, consórcio entre USA e alguns países europeus, com uma enorme folha de serviços prestados à pesquisa científica, e vários outros instrumentos cujos nomes podemos apenas citar, por uma judiciosa questão de espaço. São eles: Pamela, russo, para o estudo de partículas cósmicas; XMM, ESA, para o estudo do espaço estelar profundo, galáxias e aglomerados; MOST, canadense, estudo das estrelas por variação de brilho; Swift, NASA, estuda as explosões de Raios-Gama no espaço; WISE, Wide Field Infrared Survey Explor, NASA, outro telescópio resfriado por criogenia, necessário para manter o equipamento numa temperatura próxima do 00 absoluto, ou se compromete os sensores de infravermelho. Esse telescópio está causando furor por ter encontrado vários NEO, Near Earth Object, objetos próximos da Terra, tão próximos quanto UA/3, aproximadamente 40x106 km, e cuja presença é de fato preocupante. Alguns desses objetos refletem menos que 5% da luz solar que incide sobre eles, isso faz com que passem despercebidos por outros tipos de instrumentos a não ser em infravermelho. Temos, ainda, em construção por consórcio entre vários países, o E-ELT, ESO, gigantesco telescópio ótico terrestre (diâmetro do espelho primário de 39 m) a ser montado no deserto de Atacama, Chile. Esse projeto é motivo de orgulho para nossa ciência e tecnologia, quando colocadas a serviço do bem estar da humanidade.


Obs: Até o momento em que escrevíamos este artigo não tínhamos como certa a participação do Brasil no consórcio. O custo estimado em mais de $550 milhões para ser pago em dez anos assusta. Outro que está vindo aí é o James Webb (homenagem ao técnico da NASA de mesmo nome), consórcio entra a NAAS, a ESA e o Canadá, vai orbitar o ponto lagrange 2, com a difícil missão de substituir o Hubble. ESA, Agência Espacial Européia. ESO, observatório de um consórcio de países europeus para o estudo do espaço estelar.
Nomes próprios de cientistas famosos. Idem, porém Lagrange, neste caso, não é um instrumento, refere-se a pontos orbitais instáveis ou não em nosso sistema, descobertos pelo matemático J. L. Lagrange, ver tópico "ESPECULAÇÕES SOBRE O PONTO LAGRANGE 3", abaixo.

A AMEAÇA É REAL, MAS NÃO É O FIM DO MUNDO
   Como e porque esse perigo existe, qual é realmente o risco que corremos, e como podemos medi-lo, afinal? Nosso espaço exterior, embora possa ser comparado a um relógio tal a precisão com que suas peças se movem ao redor do Sol, não está, é verdade, totalmente imune a um desastre. A Terra já passou por algumas catástrofes cósmicas sim. Uma delas teve consequências dramáticas para os seres vivos, outras nem tanto, mas todas elas sempre preocupantes. Convém lembrar que sobrevivemos heroicamente à extinção de todos os grandes mamíferos do pleistoceno, e estamos transformando radicalmente o holoceno (Era atual), logo de que temos medo? Temos medo porque somos testemunhas de fatos recentes nada auspiciosos para nós todos. Nosso próprio território já foi vitima de inúmeros acidentes cósmicos, vários são os estados atingidos. Em nossas proximidades também, Peru, Argentina, Venezuela, são alguns países dentre outros que já sofreram impactos consideráveis. No resto do mundo não é diferente, são dezenas de registros de impactos de pequeno ou médio porte, e nenhuma porção de terra ou água está está livre de sofrer as consequências de uma queda. Dentre as mais recentes, Tungusca, Sibéria Oriental, Rússia - 1908 permanece na memória de todos como uma das mais ameaçadoras.

  De acordo com Eugene M. Shoemaker, que dispensa apresentações, falecido num acidente automobilístico, impactos de proporções semelhantes aos das bombas de Hiroshima e Nagazaki não é incomum em nossa atmosfera superior. Por que não os percebemos? As razões são várias, os oceanos recebem a maior parte dos restos que chegam à superfície na forma de meteoritos, cujos danos não nos atingem diretamente. Também grandes extensões de terras desabitadas (Tungusca é um exemplo) são vitimas da maior parte das quedas. Nesses casos, registramos apenas som e luz, ou por testemunhas pessoais diretas, ou por instrumentos de observação. Mas há registros dramáticos, na província chinesa de Shanxi, em 1490, perderam a vida dez mil pessoas aproximadamente, vítimas de um impacto de médio porte. Contudo, a queda em Shanxi parece ter sido a última a causar um número considerável de vítimas. Em nossa época não temos nenhum registro digno de nota.

Há sessenta e cinco milhões de anos, um bólido, provavelmente um asteróide, colidiu com a planície do Yucatan, México, provocando uma catástrofe que modificou radicalmente a natureza viva no planeta. O Brasil não está imune, nenhum ponto do planeta está, nós já fomos atingidos várias vezes por objetos de dimensões consideráveis: Bahia, Pernambuco, Brasil central e alguns estados da Amazônia estão entre os que sofreram maiores danos, embora sem perdas de vidas humanas.

AFINAL, ONDE ESTÃO OS DESGARRADOS QUE NOS AMEAÇAM?               
Grosso modo, próximos de nós, numa órbita própria entre Marte e Júpiter. São milhares e milhares de fragmentos irregulares, desde simples poeira cósmica até rochas de alguns quilômetros de comprimento longitudinal. Aproximadamente cinco mil já catalogados pela NASA.  É dali que recebemos visitantes amiúde. Mas nem todos oferecem perigoso, Ceres, por exemplo, esferóide de 900 km de diâmetro, com a honrosa classificação de planetóide, não nos causa nenhuma preocupação. Os que mais nos ameaçam são, não por ordem: 2021 BX34, um pedrisco de 10 metros de diâmetro, passou à 60 mil quilômetros da Terra em janeiro próximo passado; outro que passou perto foi o 2005 YU55, de 390m de diâmetro, passou por nós numa órbita de 325 x 103 km, inferior à distância que nos separa da Lua. 2003 QQ47, deve aproximar-se da Terra em 21 de março de 2014; 1999 RQ36, vem nos visitar em 2016 e 2017; NEA 2004 VD17, diâmetro 500m, ameaça em 2102; 1994WR12, diâmetro de 230m, ameaça em 2054; 2000 SG344, diâmetro de 40m, ameaça em 2068; 1950 DA, uma curiosidade, este asteróide foi descoberto em 1950, desapareceu em seguida para voltar a ser visto em dezembro de 2000, diâmetro de 400m, sua passagem mais próxima está marcada para o ano de 2880. Além dos citados acima, e de uma centenas de outros, alguns nem sequer convenientemente rastreados, o famoso Apophis, foto abaixo, 99942, de 400m de diâmetro, ameaça-nos em duas ocasiões próximas: 2029 e 2036.

99942

Há motivos para alarme? Sim, e não. O risco existe, medidas preventivas estão sendo tomadas cotidianamente. As questões mais urgentes serão aquelas a serem tomadas quando tivermos uma previsão irrefutável de um impacto iminente. A constante varredura estelar levada a cabo por todos os instrumentos citados lá atrás, e ainda um milhar de outros que não temos como enumerar aqui, dão-nos a tranquilidade de podermos prever o inevitável, e assim amenizar suas consequências.

A órbita seguinte contendo objetos que podem nos preocupar, está além de Netuno, é composta pelo cinturão de Kuiper, o Disco Disperso e a nuvem de Oort de 30 a 50 UA, onde se localiza o controvertido planetóide Plutão, Éris, com seu satélite, Disnomia;  Makemake, Haumea, Varuna, Quaoar e, até o momento, o mais longínquo e solitário objeto celeste do nosso sistema, Sedna ou 2003 VB12. De lá, a ameaça maior são os cometas que nos visitam de tempos em tempos, e que também podem se desgarrar de sua órbita e se precipitar de encontro um planeta. Foi o que aconteceu com cometa que levou o nome de seus descobridores, Shoemaker-Levy 9, ao se chocar com Júpiter, após fragmentar-se, entre 16 e 26 de julho de 1994.
           
Do site da BBC Brasil
(Astrofísicos anunciaram hoje que estão acompanhando com muita atenção a evolução de um asteróide de 1,2 quilômetros e 2,6 bilhões de toneladas que poderá se chocar com a Terra no dia 21 de março de 2014. O asteróide denominado 2003 QQ47 é dez vezes menor que o meteoro que, acredita-se, levou à morte dos dinossauros há 65 milhões de anos. De acordo com o Centro de Monitoramento de Objetos próximos à Terra, a agência britânica responsável pelo monitoramento de asteróides potencialmente perigosos para o nosso planeta, a possibilidade de colisão é relativamente pequena - de 1 para 909 mil -, mas existe. Conforme o site da BBC Brasil, o asteróide se aproxima da Terra a uma velocidade de cerca de 32 quilômetros por segundo e teria capacidade para devastar um continente inteiro. A órbita do corpo celeste foi calculada com base em 51 observações feitas desde sua descoberta, em 24 de agosto passado, pelos cientistas do Lincoln Near Earth Asteroid Research Program (LINEAR) de Socorro (Novo México). Embora classificado como um "objeto que merece acompanhamento cuidadoso", os especialistas acham que a possibilidade de um choque do asteróide com a Terra diminuirá à medida em que as observações se multiplicarem e os cálculos se tornarem mais precisos. "Existem incertezas sobre sua trajetória", explicou o dr. Alan Fitzsimmons, do Centro de Informação britânico sobre Objetos Próximos da Terra (Near Earth Object, NEO). "O Centro continuará verificando os resultados das observações e analisando a evolução do asteróide", afirmou, mais cauteloso, Kevin Yates, um dos responsáveis pelo NEO.)

 Meteoritos
RIO (17/03/2007) - Objetos não identificados caíram numa região do leste de Rondônia e abriram três enormes crateras com mais de 50 metros de diâmetro cada. Moradores contam que, primeiro, viram riscos no céu. Depois, ouviram um enorme estrondo. O impacto arrancou árvores e causou rachaduras num raio de 300 metros quadrados. Em pouco mais de uma semana, a vegetação da Floresta Amazônica cresceu e cobriu parte das crateras. Só o Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais pode comprovar se teriam sido partes de um meteorito que se desfragmentou ao entrar na atmosfera terrestre.

Uma imagem da marca do Evento de impacto em Júpiter de 2009 capturada pelo telescópio Keck II e sua câmera de infravermelho próximo no Observatório W. M. Keck, em 20 de Julho.


O que aconteceu em Júpiter em julho de 2009 impressiona, de fato. Mas Júpiter, por seu descomunal diâmetro, é um alvo muito mais propício que a pequena Terra para sofrer impactos dessa natureza.

Naves gigantescas invadindo o sistema solar. Pareidolia, mistificação e uma boa dose de ignorância sobre o assunto. O resto fica por conta da imaginação de cada um, e uma vontade doentia de que alguma coisa diferente, transcendental, aconteça para nos tirar do marasmo desta vidinha insossa e totalmente incompreensível para nós, seres humanos.                              

UMA FROTA ALIENÍGENA HOSTIL

E o que dizer de uma remota porém sempre lembrada, sempre temida, abordagem de nosso planeta por uma frota estelar de uma raça hostil? Afinal, temos ou não razões para nos preocuparmos com uma raça alienígena que, armada até os dentes, a qualquer momento deixe seu sistema e se ponha a caminho da Terra? A resposta não é simples. Implicaria em desenvolvermos uma longa e tortuosa argumentação de prós e contras, o que, convenhamos, acabaria por ocupar todo o espaço destinado a este artigo. Vamos analisar neste e nos tópicos seguintes, quando falarmos dos pontos de Lagrange, alguns argumentos óbvios que possam aclarar um pouco a questão, apenas isso. O primeiro ponto nevrálgico seria a distância cósmica a nos separar de nossos supostos agressores, considerando que estejam vindo de fora de nosso sistema. Aqui convêm lembrar que os adeptos de uma agressão alienígena vinda de outro sistema, fazem questão de menosprezar, conscientes ou não, as intransponíveis dificuldades interpostas entre ambos os sistemas. Argumentam em favor de suas ideias que uma espécie suficientemente avançada pode já ter dominado a mecânica quântica, a dobra espacial e, com isso, superar distâncias interestelares intransponíveis de outra forma. Tecnicamente falando o argumento é válido. Nosso progresso científico aponta para isso. O que os defensores dessas teses ignoram é que as distâncias siderais não são os únicos entraves a obstar tal propósito beligerante. Existem inúmeras outras questões que precisam e devem ser levadas em conta ao se discutir uma aproximação entre espécies cósmicas, quer sejam espécies hostis, quer sejam amistosas. A morfogênese, a biologia, a natureza psicológica, o temperamento de tais criaturas, o idioma a ser usado, compõem parte de uma lista infindável de questões a serem suplantadas no momento de um encontro, antes que nosso visitante pudesse descer de sua nave, erguer o braço e gritar: “olá, terráqueos!” Isto, no pressuposto de que tivesse vindo em paz. Caso contrário, melhor seria não nos preocuparmos muito com uma discussão hipotética agora.

O que não é hipotético neste momento, é que os alienígenas, que podem não ser, necessariamente, extraterrestres, já se fazem presentes em nosso sistema. Estamos sitiados. Uma presença real, concreta, que embora dissimulada, divide um espaço vital conosco. Até o momento estamos ambos sujeitos a uma convivência forçada, gerando intranquilidade, nós aqui eles por aí, mas não sabemos em que isso se transformará com o decorrer do tempo. Consideremos o fato de não sabermos quantos são, quais são seus propósitos, por quanto tempo ficarão e podemos avaliar o tamanho do imbróglio a que estamos submetidos.
                                                                      
ESPECULAÇÕES SOBRE O PONTO LAGRANGE 3
A pergunta neste caso é: com os inconvenientes de tempo e da falta de estabilidade, seria crível um objeto artificial, uma nave alienígena por exemplo, ocultar-se ali mantendo-se em órbita solar? A resposta lógica pode ser decepcionante. Ocultar-se com que finalidade? Vindo de onde para fazer o quê? Atacar o planeta Terra? Ocultar-se atrás de nosso Sol, a 150 x 106 km de nosso planeta, apenas para nos atacar, não nos parece uma estratégia viável, uma vez que, cedo ou tarde, teria de se mostrar. Por outro lado, se vem para nos contatar amistosamente, não tem porque ocultar-se. E o que dizer de um objeto natural? Um planeta, um cometa ou um asteróide? Absolutamente inviável. O ponto lagrange 3 é altamente instável, qualquer objeto ali deve, forçosamente, corrigir sua órbita em períodos de 150 dias terrestres aproximadamente. Se não houver correção da órbita, o objeto se desgarra.


Isto responde, em parte, as dúvidas de nossos leitores quanto à suposta presença de objetos gigantescos nas proximidades de nossa estrela. Nibiru, planeta X, Hercólubus, um asteróide ou uma frota alienígena, uma vez próximos de nós, não têm como esconder-se. Há que considerar-se, ainda, outros aspectos não aludidos aqui. São questões que envolvem a mecânica celeste e suas leis. O sistema solar bem pode ser comparado a uma balança de equilíbrio. Enquanto os pesos em ambos os pratos forem exatamente iguais, o fiel apontará o centro da escala. Altere o peso de qualquer dos pratos, e o fiel penderá para o lado mais pesado. O que isto quer dizer? Quer dizer que o sistema é sensível a qualquer variação de equilíbrio. E se isto acontecer, e quando acontecer, nós saberemos, de um modo ou de outro!

Nosso Sol
Nosso Sol é uma estrela de média grandeza, classe amarela, em constante processo de fusão nuclear, 92% de hidrogênio, 8% de hélio e traços de outros elementos. Diâmetro aproximado de 1,4x106 km, cuja vida útil está estimada em 10 bilhões de anos. Desnecessário enfatizar que o Sol é a razão básica da existência da vida como a conhecemos na Terra. Especula-se muito, sim, sobre a possibilidade de haver alguma outra espécie de vida independente de uma estrela que lhe forneça a energia necessária, luz e calor, mas isto é história para outra matéria. Ocupando o centro do sistema solar, com todos os objetos celestes girando ao seu redor, o Sol é o único astro sempre visível por qualquer observador e onde quer que esteja, aqui ou em Plutão. Que nossos leitores atentem para este fato, pois que é de vital importância para compreendermos porque não existe essa ideia de objeto que se “esconde” atrás do Sol, exceto se e somente se, tal objeto estivesse virtualmente orbitando o Sol no ponto Lagrange 3 do sistema Sol-Terra! Nesse caso apenas, como veremos ao falarmos dos pontos lagrange, tal condição poderia se dar.


Suposta Esfera Negra sugando energia do Sol



Dr. Alex Young

De acordo com Dr. Alex Young, foto acima, astrofísico da NASA, numa explicação controvertida, o fenômeno registrado pelo SOHO é comum e não há motivos para maiores preocupações.


 “Nos últimos três anos, a superfície do Sol havia se acalmado bastante por um tempo. A cada 11 anos as labaredas reaparecem, e de repente vemos a retomada dessa atividade”, afirma a astrônoma Heather Couper, ex-presidente da Associação Britânica de Astronomia.

"A tempestade magnética que está prestes a se desenvolver provavelmente será de nível moderado para forte", disse Joseph Kunches, cientista climático espacial do Centro de Previsões do Clima Espacial, subordinado à Administração Nacional Oceânica e Atmosférica (NOAA) dos EUA. O próximo "máximo solar" está previsto para 2013. "Estamos chegando ao próximo máximo solar, então esperamos ver mais dessas tempestades vindas do sol nos próximos três a cinco anos," disse Bogdan.

Estes são alguns dos artefatos em órbita da Terra que monitoram o Sol 24 horas do dia SOHO, TRACE, RHESSI, SORCE, STEREO e YOKOHO) sob controle do (Sunspot Index Data Center), S.I.D.C. da Bélgica, bem como pela “Administração Nacional Oceânica e Atmosférica”, NOAA, sob patrocínio da NASA

Nota: A tarefa do SOHO é mapear o céu em luz infravermelha com a maior resolução possível. Já descobriu mais de 20 cometas, mais de 33 mil asteróides entre Marte e Júpiter, dentre os quais, perto de 5 mil merecem cuidados especiais, entre esses, quase 200 dos chamados Objetos Próximos à Terra – asteróides orbitando a menos de 45 milhões de km.
  
PONTOS DE LAGRANGE

Afinal, o que são os famosos pontos de Lagrange na Astronomia, que provocam celeuma e alimentam especulações tanto a gosto do público? J. L. Lagrange, físico e matemático italiano naturalizado francês, foi o descobridor de certas anomalias no sistema solar que se formam em determinados pontos orbitais quando se trata de um par de astros onde um deles, como regra o menor, gira em torno do maior, e cuja razão de grandeza entre eles seja de pelo menos 25. Inúmeros pares em nosso sistema satisfazem essa condição, Sol-Terra e Terra-Lua são dois dentre inúmeros outros. No desenho, os pontos lagrange L1, L2, L3, L4 e L5 no par Sol-Terra é o que nos interessa. O ponto L3 na linha dos apsides da órbita terrestre, exatamente atrás do Sol, tem a particularidade de poder ocultar, ainda que por curtíssimo espaço de tempo, um objeto da vista de qualquer observador que esteja no lado oposto. Nesse caso, o lado oposto é o nosso planeta.

Muito mais teríamos que mostrar neste acanhado artigo, se pudéssemos tratar aqui de todos os principais telescópios em atividade na Terra e em sua órbita, e de todas as possíveis ameaças ao nosso planeta. Contudo nosso propósito é tão somente o de esclarecer a opinião publica sobre hipotéticos objetos gigantes nas proximidades do sistema solar, ou já em seu interior, ameaças inerentes ao nosso próprio sistema, e tranquilizá-la quanto ao anunciado fim do mundo para 21/12/2012.

CONCLUSÃO
 Premonições infundadas, canalizações, profecias que não se cumprem e previsões catastróficas existem desde sempre. Precisaríamos fazer um exaustivo estudo pregresso se pretendêssemos alcançar-lhes a origem. Hoje, com o advento da internet, com a facilidade do “copia, recorta e cola”, ameaças dão volta ao mundo na velocidade da luz aterrorizando as pessoas antes que estas tenham tempo sequer de separar o joio do trigo. Poucos são os que podem deixar de lado parte dos seus afazeres do dia a dia para tentar entender todo esse emaranhado incompreensível de ultimatos, advertências e intimidações anunciando o fim do mundo. É nesse quadro, onde a maioria sequer sabe onde está a verdade dos fatos, que mergulhamos de cabeça na tentativa de separar o que é real daquilo que é pura especulação ou conspiracionismo, senão que ambas as coisas.
            Enfim, ainda não foi desta vez!

Nelson Pescara
*nota: Ameaças aos planetas de órbitas próximas ao Sol em nosso sistema existem sim, e são muitas, porém não devemos encará-las como prováveis catástrofes iminentes e aniquiladoras da vida sobre a Terra. A probabilidade deve ser vista como aquilo que friamente é, um número, jamais como profecia.