NÔMADES DO SISTEMA SOLAR
“Se em tudo o mais forem idênticas às várias
explicações de um fenômeno,
a mais simples é a melhor”
Guilherme de Ockhan
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INTRODUÇÃO |
A vida toda pautamos nossa atividade na ufologia por
meditar mais do que falar, por raciocinar mais do imaginar, e por antever mais
do que querer. O tema é fascinante, não nos cansamos de repeti-lo. Não há hoje
maior desafio para nossa inteligência e maior assombro para nossas divagações
e questionamentos na face do planeta, do que nos imaginarmos sendo
visitados por espécies alienígenas. E o somos, de fato. Quer sejam
extraterrestres, tese da qual discordamos, quer sejam intraterrestres, quer
sejam dimensionais como defendem algumas correntes esotéricas envolvidas com o
fenômeno, eles estão aqui. Mais à frente exporemos com detalhes nosso ponto de
vista sobre isto, que difere ligeiramente da ideia geral. Voltemos então ao
ponto. Onde está hoje a ufologia décadas após depararmos com a reportagem da
revista o cruzeiro sobre o disco voador da Barra da Tijuca, naquele longínquo
ano de 1952, quando começamos? Exatamente no mesmo lugar de sempre. Isto quer
dizer que nada fizemos, nós os civis carentes de tudo, uma parcela da
comunidade científica, e os militares de quase todos os países, com todo o
apoio possível, nestes já longos sessenta ou setenta anos de profícuas
pesquisas ufológicas desde os anos 1940 ou antes disso? Obviamente não.
Admitir ou apregoar o contrário seria desmerecer injustamente o trabalho
de gente abnegada, quantas vezes descurando da família e de si mesmo para praticar
ufologia. Então estagnamos? Também não! Do nosso ponto de vista, não. Já
não somos vistos como boçais por discutirmos discos voadores. Temos hoje uma vasta
biblioteca sobre o fenômeno abordando-o sob seus mais diferentes aspectos, e de
âmbito mundial. Ufologia não é mais um assunto que se discute à boca miúda em recintos
fechados. Transformou-se em assunto do dia a dia. Está incluída na pauta
de discussões de todos os povos. Excetuando-se, pois, a escumalha dos
aloprados, certa corrente da mídia alienada e um bom punhado de ignorantes no
assunto que teimam em contaminá-la com ruídos indesejáveis, já podemos
discuti-la abertamente e, por que não dizer, até cientificamente. Acontece que
isso não basta. Não bastou até agora. E não nos consta que algo vá mudar num
curto espaço de tempo. Por quê, de estar se perguntando o leitor? Porque do
outro lado dessa enigmática questão, não temos apenas uma esfinge a nos
desafiar com o decifra-me ou te devoro! Assim fosse, e já teríamos nos deparado com um Édipo da ufologia e tudo estaria resolvido. Infelizmente,
para todos os envolvidos, não é bem isso o que acontece. Temos, sim, um
fenômeno tão estranho, dissimulado, inapreensível sob todos os aspectos, embora
físico, embora concreto que, debalde todos os nossos esforços, ele se nos
escapa pelos vãos dos dedos.
Neste ponto, para desatarmos o nó Górdio, já que não
temos a espada de Alexandre, precisaríamos devassar a cortina de fumaça
que obscurece nossa visão para invadirmos o espaço de nossos hóspedes e
buscarmos as respostas que tanto nos angustiam. Mas como proceder? Esta é
apenas uma dezena de perguntas sem respostas. Como elaborar um estudo sobre o
fenômeno com o rigor que o cientificismo nos impõe, quando esse mesmo fenômeno
nos atormenta como um fantasma a tumultuar nossas noites insones?! Muitos foram
os que tentaram, ao longo do tempo, encontrar um caminho. A lista dos cérebros
privilegiados que se dedicaram ao saudável propósito de elucidar o enigma é
infindável. Centenas já ficaram pelo meio do caminho. Uns porque a idade já não
lhes permitia prosseguir, outros porque deixaram de acreditar na possibilidade
de alcançar o objetivo. Outros, ainda,
tiveram suas vidas truncadas de maneira trágica, suspeita, e passaram a figurar
na lista de supostas vítimas de uma conspiração cujos tentáculos dão voltas ao
mundo. Aqui, não nos convêm alimentar especulações nada construtivas para nosso
propósito. Há livros e livros abordando o lado obscuro do fenômeno, e nós
optamos por manter cautelosa distância de um assunto sobre o qual pouco sabemos
de fato.
O propósito de nossos estudos tem sido o de vislumbrar
uma brecha, um sinal, qualquer que seja esse sinal, mas que sirva para nos
indicar um caminho, demarcar nossos passos. Nesse ínterim tateamos às cegas em
busca de respostas àquilo que não compreendemos. Seria enfadonho enumerarmos
todas as perguntas que perpassam por nossas mentes. Dentre outras tantas, aqui
vão algumas que reclamam profundas reflexões:
a) Por que nossos hóspedes que parecem surgir do nada
e voltar para o nada, se apresentam em quaisquer circunstâncias inteiramente à
nossa revelia?
b) Como podem se manifestar em nosso próprio meio
ambiente, onde deveríamos ter amplo domínio do que acontece ao nosso redor, e o
fazem como se nós sequer existíssemos?!
c) Como é possível interagirem conosco no ar, em terra
ou no mar, mantendo amplo domínio de suas ações, se temos como favas contadas
que são alienígenas em nosso sistema?
SÃO HOSTIS A NOSSA GENTE
Com respeito ao comportamento nada amistoso de nossos
hóspedes, muito já se tem falado, discutido, publicado, sem que avancemos um
passo sequer no sentido de elaborarmos um modo preventivo de como devemos
proceder em face de um contato. Temos conhecimento, sim, de sugestões
esporádicas e de recomendações para que tenhamos cuidado ao nos aproximarmos de
um objeto não identificado, de seus ocupantes ou de ambos. Tais apelos são bem
vindos, mas não nos parece que logram êxito. E as razões para isso são várias.
A mais comum se refere ao fato de que o contatado, quando é pessoa simples, do
campo, sequer está informado sobre os detalhes mais preocupantes de toda essa
problemática. Outra é quando o contatado ou é pego de surpresa sem sequer saber
o que lhe está acontecendo, ou é levado à força para o interior do objeto. Relatos
confiáveis de abduções forçadas existem às dúzias. Seja como for, em qualquer
situação, o contatado é sempre vítima. O resultado disso todos nós sabemos. Casos
de pessoas acidentadas, feridas ou queimadas de forma brutal, geralmente
levando a óbito, estão em todos os autores que tratam com seriedade o problema.
Quanto aos abduzidos que se safam sem maiores danos, também estes passam a
conviver com sequelas físicas e psíquicas pelo tempo que resta de suas vidas. Em
nossa opinião, todos os casos com suspeita de agressões alienígenas deveriam
ser tratados com mais cuidado. Afinal, são de responsabilidade do Estado a
segurança, a saúde e o bem estar de seus cidadãos. Não cabe a nós ufólogos,
pesquisadores ou estudiosos, cuidar disso. Contudo, de certo modo, é isto que temos visto
acontecer. Autoridades da área médica que se prontificam a tratar dos
contatados, geralmente o fazem por sua conta e risco. Autoridades militares,
quando se envolvem nas ocorrências, tendem a manter certa distância profilática
dos contatados, devem ter suas razões.
Por outro lado, com ou sem ocorrências dramáticas
envolvendo as testemunhas, abduzidas ou não, com os tais ocupantes dos objetos
não identificados, não é difícil constatar que poucos são os autores que se
voltam para os aspectos obscuros e repugnantes do fenômeno. Para cada estudioso
que expõe o comportamento agressivo dos alienígenas (privamo-nos de citar seus
nomes, pois todos sabem quem são e quantos são) temos dez dúzias de outros
cujos trabalhos, quando não louvam nossos visitantes como se fossem nossos
irmãozinhos cósmicos, idolatram-nos como anjos celestiais. Mas anjos não
sequestram pessoas, reiteramos nós, anjos não maltratam animais, anjos não
agridem a natureza, e anjos não estupram nossa gente. A verdade nua e crua
choca e constrange, porém não rende dividendos.
Nesse contexto, nossa posição, desde o início, tem
sido clara e inquestionável: não achamos nada agradável nos vermos na condição
de reféns impotentes e a mercê dos propósitos pouco claros de nossos hóspedes. Podemos
estar enganados em nossas conclusões, talvez estejamos sendo por demais
pessimistas, e esperamos, sinceramente, que assim seja, mas escamotear os fatos
não nos torna menos vulneráveis ao desconhecido. Não podemos conciliar as
mortes, os aleijões, tampouco as abduções de nossas mulheres e a sessão de
tortura a que são submetidas nas mãos de seus raptores, quando levadas para o interior
dos aparelhos, com a leviandade com que encaramos esse processo todo! Podemos
afirmar que a má impressão que nos causa tais relatos guarda estreita relação
com as mazelas de nossa própria sociedade, das quais discordamos. Estamos
sempre prontos a condenar os estupradores, os pedófilos, o delinquente comum, e
não poderia ser de outro modo, mas somos condescendentes com nossos
“irmãozinhos cósmicos” quando testemunhamos suas experiências bizarras com
nossa gente.
Temos lido em algum lugar que bem podemos ser como cobaias
para eles, e nosso planeta um laboratório cósmico. No entender de alguns
conceituados estudiosos do assunto, daqui e de fora, é isso o que somos, e é
assustador. Se você é capaz de entrar na casa do seu vizinho sem se anunciar e
sem lhe dar a mínima satisfação, sentar-se à mesa e servir-se, apoderar-se
daquilo que bem lhe aprouver sem ser incomodado e sem qualquer restrição, seu
vizinho pode estar em maus lençóis. Em suma, é isso. Embora estejamos em nosso próprio
planeta, eles são nossos vizinhos, quer gostemos quer não. Se, realmente, estamos
em maus lençóis, o tempo dirá.
É bem verdade que ainda não sabemos quem chegou primeiro
ao sistema solar. Se nós ou os alienígenas. Ou se chegamos juntos, e nos
desviamos de curso na longa história do mundo. O que sabemos é que, bem ou mal,
nós os seres humanos, estamos aqui construindo uma civilização. Estamos
aprendendo com nossos erros, premiando nossos acertos e aprimorando o macaco
que desceu da árvore. Temos normas e temos poderes para corrigir nossos desvios
de conduta. Temos as leis, a Justiça e a polícia, e temos o direito de prender,
julgar e punir aquele que pratica o mal. Ao passo que nossos visitantes não se
sujeitam à lei alguma, pois gozam de licença para a prática de suas iniquidades.
Executam suas ações com absoluta indiferença para com os possíveis danos e as
possíveis sequelas advindas de sua agressividade para conosco, conscientes ou
não. Essa é a realidade da ufologia. Essa é a preocupação que, pensamos nós,
deveria nos acometer a todos.
Cangalha de balão. Gambiarra de árvore de natal em
pipa gigante. Renderização e photoshop, bem podem divertir um bocado o leigo.
Contudo, quem está minimamente informado sobre a realidade do fenômeno
ufológico não acha graça nenhuma nisso tudo. Ufologia não é história da
carochinha. Não somos, nem poderíamos ser, conforme a imprevisibilidade desse
fenômeno e a distância enorme que margeia nossa ignorância e sua real natureza,
a voz do oráculo ufológico. Mas, ainda assim insistimos, a hora da brincadeira
já passou. Há muito tempo que passou. Temos a impressão que a ufologia é, para
muita gente, uma gincana. Ganha quem primeiro avistar um disco voador. Ganha
quem fotografá-lo, dar uma voltinha nele, ou bater um papo com seus ocupantes.
Ganha quem melhor apresentá-lo sob as gambiarras da mídia global, quem tiver
imaginação e criatividade para pintar um quadro do mais retumbante contato
global entre nós e eles, ainda que tal contato não passe de desbragada
fantasia. A realidade pode ser bem outra. Mas então, quando ela sobrevier,
poderá ser tarde demais para socorrermos o menino da deliciosa fábula de Esopo.
Na fábula moderna, os lobos bem podem vir fantasiados de alienígenas.
COMO NOS DEPARAMOS COM O FENÔMENO
Quando começamos a nos deparar com o fenômeno discos
voadores, éramos ainda criança e nossa leitura se resumiam nos gibis do
"Flash Gordon", do “Buck Rogers”, entre uma dezena de outros, além de
vê-los na matinê de domingo. A matinê era um cineminha na roça, construído por
uma família circense, cujo patriarca era um gênio. Não por acaso seu nome era
Eugênio. No cineteatro do senhor Eugênio, montado no quintal da casa conhecemos,
numa tela 3x4 em super-8, duas dezenas de super-heróis dos anos 1930, 1940 e 1950.
Era delirante e fantasioso. Talvez por isso nossa primeira ideia de um ocupante
de um disco voador deveria se assemelhar a um herói do espaço sideral. Nada
mais disparatado e inverossímil. Não tínhamos ainda nenhum curso técnico,
nossos conhecimentos de ciência resumiam-se ao ginasial, depois colegial. Hoje,
contando com um currículo que nos proporciona uma visão mais técnica e menos fantasiosa
do fenômeno, e pondo a prova toda a nossa capacidade de raciocínio e
discernimento, décadas após, é com extrema dificuldade que formulamos uma
hipótese de quem sejam nossos hóspedes. E não estamos nos subestimando. É a
pura verdade. As manifestações ufológicas transcendem em muito nossa capacidade
de entendimento. Contudo, e com o mais profundo respeito a quem pensa o
contrário, ainda nos recusamos a enveredar por vertentes que fujam dos aspectos
puramente físicos da ufologia. Somos refratários a conciliar coisas
intangíveis, imateriais, com qualquer manifestação física. E, a darmos crédito
aos milhares de relatos já registrados em toda a casuística que passaram pelo
crivo dos mais capacitados estudiosos, daqui e de fora, o fenômeno é
essencialmente físico, a despeito de suas manifestações fantasmagóricas.
Assim, a questão
permanece aberta. As perguntas que nos atormentam estão aí. “Quem são eles?” Ou, reformulando a
pergunta: “O que são eles?” “De onde se originam?” “O que pretendem aqui?” Podem ser alguma
espécie de vida, entidades biológicas, mas de natureza absolutamente
incompatíveis com a nossa? Podem. E se
forem robôs, ainda que construídos organicamente, meros replicantes de alguma
coisa que surgiu ou foi criada seja lá por quem ou quando, e que, com o tempo
saiu do controle do seu criador? Rompeu-se o cordão umbilical? E se esse
criador já não mais existe, mas suas criaturas estão espalhadas por aí,
entregues à própria sorte, destituídas de quaisquer princípios éticos, morais,
filosóficos, culturais, mas dotadas de um impensável poder tecnológico, e à
beira da loucura? O que farão conosco quando tiverem concluído seu propósito
neste planeta? Ao refletirmos sobre perguntas para as quais não temos uma
única resposta satisfatória, não é difícil entendermos o comportamento dos
militares, principalmente eles, tanto quanto dos governos e da Igreja
em nos confundir sobre a real natureza do fenômeno com que nos deparamos. O
contrário poderá se dar se, à nossa revelia, nossos hóspedes indesejáveis
provocarem um fato agravante de maneira que não mais seja possível manter
a cortina de fumaça.
NA FÁBULA MODERNA, OS LOBOS VIRÃO FANTASIADOS DE ALIENÍGENAS
O que testemunhamos hoje nas mais
diferentes formas da mídia, nos sites, blogs e nas listas da WEB; nos
jornais, revistas, boletins, reuniões, palestras, conclaves e tudo o mais é
pura e simplesmente o resultado de um fenômeno que de há muito ultrapassou
todos e quaisquer parâmetros de análise, de apreensão, de compreensão, de
assimilação, ou da mais rudimentar forma de entendimento que se possa aplicar à
questão em si. Costumamos brincar com uma das lendas da ufologia, a que diz que
Kenneth Arnold inaugurou a era moderna dos discos voadores em 24 de julho de
1947, em Chehalis, USA. Folgamos dizendo que não há era moderna dos discos
voadores, porque os discos voadores são milenares. Bem, também isso não é inteiramente
verdade. Os discos voadores não são milenares, pelo menos não de rótulo, o que parece
ser milenar nessa história toda é simplesmente o fenômeno em si. Daí porque
tratamos como lendas certos rótulos na ufologia. Tal como aquele que diz ter
sido um repórter da UP, Bill Bequette, o inventor do termo "prato
voador", o primeiro passo para o que, logo mais, viria a ser chamado de
"disco voador".
Pois bem, naquela época ufologia era isso mesmo, disco
voador, e tão somente isso. De certo modo era divertido, era
romântico e não era loucura, ainda que fosse algo despropositado acreditarmos
em discos voadores, nós acreditávamos. Hoje sabemos que os discos voadores
não são uma questão de crença. Entrementes o tempo foi passando, inexorável. E
na sua passagem, foi se encarregando de mudar as coisas, de ir colocando os
pingos nos ii, retocando aqui, corrigindo ali, montando, enfim, neste caso, um
quebra cabeças que nenhum de nós (nós aqui é referência aos pioneiros do
passado) jamais suspeitaria do que estava por vir. E hoje, o que temos nas
mãos? Um imbróglio do tamanho de nossa galáxia. Neste ponto bem poderíamos
fazer uma analogia com a FC, quando aborda a questão da criatura engolindo o
criador! Simples assim. A ufologia engolindo nossos ufólogos, comendo-nos por
uma perna. A coisa toda assume proporções assustadoras quando damos conta de
sua imbricação não apenas em nossa biosfera, senão que aqui e alhures, em
diversos pontos do sistema solar. Nossa Lua parece ser para eles uma base de
operações, uma espécie de cabeça de ponte, ou coisa assim, de onde, provavelmente,
decidem suas ações em nosso planeta. Más ações... Mas não estão apenas na Lua.
Quem acompanha esse fenômeno há trinta, quarenta, cinquenta anos ou mais, pelo
menos, sabe bem da real extensão do fenômeno.
Há quem veja distorções gritantes na ufologia.
Distorções estas que tem feito a ciência acadêmica praticamente afastar-se do
problema, quando não, ignorá-lo por completo. Concordamos em parte com a
primeira assertiva. Acreditamos ser coisa natural que o leigo encontre sérias
dificuldades para executar uma tarefa de tal envergadura. A presença alienígena
entre nós é uma realidade que se propõe virar do avesso nossas mais profundas
convicções, nossa religião, nossa política, nosso estilo de vida, nossos mitos
e nossa ideologia, e não poderia passar incólume pela criatividade de uma
sociedade calcada na crença e no consumismo. À medida que o fenômeno tem-se
manifestado em ondas, também em ondas têm surgido profetas e mercadores do
templo, e ambos têm público cativo. Ambos têm existência bíblica. Os profetas,
conquanto suas premonições nunca se realizem, satisfazem um público ávido por
acontecimentos transcendentais. Já os mercadores, após serem expulsos do
templo, espalharam-se pelo mundo, aprimoraram seus métodos de trabalho e não se
queixam da vida. Assim é que o saudável propósito de elucidar um enigma acaba
por ceder lugar às nossas necessidades mais prementes. Afinal, ao contrário dos
nossos hóspedes, somos todos seres humanos. Temos nossa dose de virtudes, como
também temos um quinhão de defeitos. Já no que se refere ao não engajamento do
cientista clássico, esta é uma questão muito mais complexa do que pode parecer
à primeira vista. Não devemos nos esquecer de que não faz muito tempo, três ou
quatro décadas talvez, cientistas de renome, centenas deles, se dispuseram a
estudar o fenômeno. Infelizmente, como todos nós sabemos hoje, o resultado
daquele engajamento não resultou em progresso algum. Vários deles, com nomes a
zelar e uma carreira acadêmica a cuidar, tiveram suas vidas viradas do avesso.
Nenhum de nós ignora as mortes repentinas, os encontros inexplicáveis com
recomendações que beiravam a ameaça e os suicídios suspeitos. Verdade? Mentira?
Talvez um dia tudo se esclareça.
Entrementes lá fora persiste um enigma tão assustador
quanto inexpugnável. Inexpugnável porque não há nada que possamos fazer para
interceptá-lo, para devassar a couraça que o isola de nossas ações e poder
submetê-lo a um procedimento técnico-científico que nos faça avançar no sentido
de ao menos entender o tipo de fenômeno com que estamos lidando. É fato que nem
tudo que de estranho acontece, deve ser atribuído à presença alienígena entre
nós. Ninguém que se disponha a estudar com seriedade o problema pode ignorar
fenômenos naturais mal explicados, fraudes deliberadas, enganos de interpretação,
etc. Contudo a casuística acumulada em décadas de pesquisas de campo aliada a
estudos de laboratório levados a cabo por gente séria, ainda que à margem das
academias, são evidências irrefutáveis e mais que suficientes para um alerta geral:
os alienígenas estão aqui! Definitivamente, eles estão aqui!
Construímos nossa teoria apoiando-nos em casos concretos,
materiais, convincentes, verossímeis, e que estão acontecendo agora, exatamente
agora, neste instante, em algum rincão de nosso planeta ou de nosso sistema
solar. Já no início optamos por não nos deixarmos levar por obras romanescas, apelativas,
calcadas em ideias fantasiosas da presença alienígena entre nós. Quando
aludimos aos livros sagrados ou a quaisquer textos que apontam para a recém-batizada
ufoarqueologia, nós o fazemos em reconhecimento a uma linha de pesquisas à qual
não nos associamos, porém reconhecemos seus méritos. Nossa base de dados se assenta
no livro vermelho dos discos voadores do prof. Flávio Augusto Pereira, já
falecido, a quem tivemos a felicidade de conhecer nos idos de 1960. O livro do
prof. Flávio tem-se mantido, a despeito do tempo, como fonte inesgotável de consulta
a todos quantos se dispõem a fazer um estudo sério sobre os discos voadores. E
hoje, convém observar, existe um inesgotável dossiê da casuística mundial à disposição
de quem quer que se disponha a consultá-la. A ela temos dedicado nossos estudos
de maneira persistente, metódica, ininterrupta.
Nota: Para corroborar nossa argumentação, não levamos
em conta os contatados de boas novas, os canalizadores de plantão, os profetas
da nova era, os anunciadores de um mundo novo, quiçá sempre adiado, tampouco os
escolhidos dos deuses.
A BÚSSOLA DA UFOLOGIA ENLOUQUECEU?
Há
certo interesse entre os mais jovens nos dias de hoje em saber como tratávamos
a ufologia quando nela ingressamos. É compreensível essa curiosidade. O caráter
profundamente enigmático do fenômeno, sua natureza multiforme, e sua não menos
multifacetada abordagem por parte de grupos os mais heterogêneos possíveis,
quer em suas ações, quer em suas ideias, quer em suas teses, quer em seus
acalorados (e nem sempre amigáveis) debates, em nada contribuem para que os
aficionados da ufologia de hoje saibam que rumo tomar. O quadro com o qual os
jovens se deparam assim que procuram situar-se frente ao problema, ou por curiosidade,
ou por que busquem respostas às questões transcendentais da natureza humana é,
para dizer o mínimo, caótico. Um painel abarrotado de relatos insólitos, quando
não, incompreensíveis, sujeitos a um viés interpretativo conforme aflora nossa
suscetibilidade ante os fatos, é o que de mais comum temos pela frente. Isso
tudo porque não soubemos ou não tivemos como transformar o trigo ufológico colhido
na casuística em pão sovado e servido ao faminto que dele necessita. Ou então,
não estamos certos de nosso objetivo quando divulgamos a ufologia ao grande
público, supondo que, assim procedendo, estamos ampliando a base popular de
apoio a um propósito de interesse universal. Resta-nos perguntar se o povo, de
modo geral, está realmente interessado em ufologia. Desconhecemos qualquer pesquisa
nesse sentido. Mas, temos lá nossas dúvidas.
Lá
atrás, quando pela primeira vez nos vimos frente a esse fenômeno, nossa reação
outra não poderia ser senão a de espanto. O planeta Terra estava sendo visitado
por seres alienígenas. Gente de outros mundos vinha conhecer-nos. A humanidade
não era um capricho da natureza e o ser humano não estava isolado no universo.
Enfim, tínhamos companhia, era o que pensávamos. Em algum lugar do cosmos, num
orbe talvez bem semelhante ao nosso, perto ou distante, não importava muito,
havia alguém inteligente, quiçá antropomorfo, e esse alguém nos descobrira.
Passado o momento de espanto, aquele friozinho na barriga do espectador de
quando se abre a cortina e o primeiro ator adentra o palco, sobreveio a
realidade. O primeiro desconforto foi não ter o visitante nos saudado. Fosse
quem fosse não desceu de sua nave, não nos procurou, sequer se deixou ver.
Limitou-se a sobrevoar nosso planeta uma vez, duas vezes, dezenas de vezes e
desaparecer. Com o lento passar do tempo, como nossos visitantes teimassem em
não se apresentar publicamente, embora suas naves fossem vistas em nossos céus,
o espanto arrefeceu. Com isso, alguns se desiludiram e se afastaram, conquanto
outros, mais teimosos, ou mais persistentes, insistiram em especular, em
prosseguir, e em buscar respostas para um sem número de questões que ainda hoje
martelam as consciências de todos nós. Aquela desilusão da criança que não
ganhou o doce, e a apatia que fatalmente sobreviria em seguida, teve ainda um
capítulo surreal a dar-lhe um colorido todo especial quando o eminente físico
teórico, Enrico Fermi, pondo água na fervura ufológica, desafiou-nos com um
repto paradoxal: “Se eles existem, onde estão todos?”.
Era
verdade. E continua sendo verdade. Onde estão os alienígenas? Como assim, onde
estão os alienígenas? Estão aqui, estão entre nós, é a resposta óbvia de todo
ufólogo bem informado. Estão na Terra, estão na Lua, e estão espalhados por
vários objetos celestes do nosso sistema solar. Uma conclusão lógica quando baseada
nas evidências incontestáveis, fartamente documentadas nos meios ufológicos.
Mas isso não basta, não bastou até agora. Temos sido pródigos em correr atrás
de discos voadores. Mas por não estarmos preparados para um tão singular
desafio, não temos sido pródigos em documentar tais relatos com o requinte que
o procedimento acadêmico assim o exige. Como esperar então que tais fatos sejam
aceitos como a constante de uma equação cujas incógnitas já fez cérebros privilegiados
entrarem em parafuso?
A
despeito de tudo, de um dossiê casuístico incomensurável, citado lá atrás, não
temos como apresentar uma única prova insofismável. E sem isso, nosso arcabouço
ufológico, que por sua natureza física devia ser motivo de estudos superiores
está, a pouco e pouco, transformando-se em objeto de crença. A descomunal documentação
colhida e espalhada pelos quatro cantos do mundo não se encontra escoimada das
fraudes corriqueiras, não foi expurgada de suas bobagens costumeiras, não serve
portanto para consolidar o alicerce sobre o qual construiríamos uma nova
ciência: O Conhecimento Ufológico! Não fizemos isso. Talvez não nos tenha ocorrido
que uma iniciativa nesse sentido, o “índex” positivo do disco voador, endossado
por todos os renomados ufólogos do mundo, faria mais pela ufologia que décadas
de casuística aleatória. Por conta disso, e por conta de um sem número de
distorções que se registram aqui e ali face às idiossincrasias que permeiam
nosso trabalho conjunto, alguns produtivos, outros nem tanto, é que a torre de
babel ufológica ameaça ruir sobre si mesma e virar pó ante nossos olhos
estupefatos. Disto se aproveitam os profetas de ocasião, os anunciadores de um
admirável mundo novo (não o do Huxley) e tantas quantas correntes
místico-religiosas vislumbram aí a oportunidade de ouro para oferecerem a seus
seguidores a tão sonhada salvação da alma, ou de corpo inteiro.
Neste
início de século estamos consumando seis décadas daquilo que se convencionou
chamar de ufologia moderna. E é com tristeza que vemos os pioneiros dessa
empreitada se afastando gradativamente da arena de luta. Uns por idade avançada,
outros porque já não acreditam que o progresso logrado até aqui não vá além do
próximo avistamento, outros ainda porque julgam ter-se enganados com suas teses
primeiras, e hoje, para espanto daqueles que permanecem fieis às suas origens,
negam peremptoriamente tudo o que antes afirmavam. Fato é que os tempos
mudaram, apenas estes, o insólito fenômeno ufológico continua desafiando-nos
com sua presença constante e ameaçadora em nosso sistema solar. Até quando?!
Não sabemos! Neste ponto, ante as duras críticas que tecemos aqui, convém um
reparo: é provável que todos se lembrem de que em manifestações anteriores não
economizamos elogios à ufologia praticada hoje no mundo por um punhado de
pessoas sérias e bem intencionadas. Em certos aspectos isso é verdade, e foram
elogios na justa medida de tudo o que foi feito de bom. Contudo, é chegada a hora
da reflexão. Refletir significa mudar de rumo. Precisamos encarar os fatos. A
bússola da ufologia enlouqueceu! Alguém precisa remarcar o norte verdadeiro
para que retomemos o rumo.
UM IMPROVÁVEL CONTATO GLOBAL
Deparar-se
com um desafio que nos leva ao limite de nossa capacidade de solução parece ser
algo sempre prazeroso ao ser humano. Assim tem sido ao longo da história
conhecida dos homens. É provável que se pudéssemos voltar ao tempo das cavernas
e observar nossos semelhantes nos primórdios de sua existência em sua luta
cotidiana pela sobrevivência, teríamos a certeza de que isto sempre foi assim.
É de espantar que tenhamos sobrevivido ao limiar da vida, dadas as desafiadoras
circunstâncias que se impunham a nós, seres humanos, naquela época, para que
pudéssemos prosseguir nessa longa caminhada em busca da civilização. De lá para
cá, desde que descemos da árvore, nossa luta cotidiana, sem tréguas, tem sido assim,
matar um leão por dia. Nesse contexto bem podemos encarar a presença alienígena
entre nós como mais um desafio de igual proporção. Contudo, intrometer-se em
seus meandros, estudá-la e avançar uma explicação, uma idéia, tese ou teoria,
tem esbarrado em questões intransponíveis para todos nós: quer sejamos pesquisadores,
ufólogos, estudiosos ou apenas simpatizantes. Entre as questões ufológicas mais
acaloradamente discutíveis se nos depara o tão aguardado contato global! É tamanha
a ansiedade com que grupos, correntes e vertentes ufológicas anseiam
por tal acontecimento que, sem qualquer critério de estudo ou de análise
dos fatos, já estamos antecipando até a agenda política para quando isto se
der! Aqui, o voluntarismo se sobrepõe à lógica dos fatos, abandona o bom senso,
prediz o improvável e não se acanha de não apresentar qualquer argumento que o
endosse, por mais superficial que seja. No texto que se segue, por ir de
encontro ao devaneio de teses mirabolantes e desejos inconciliáveis com a
realidade dos fatos, teses que apregoam um pleno intercâmbio de propósitos
entre nossa raça e uma espécie extraterrestre que nos contate, opino em
contrário. Vejamos então que significado tem uma civilização, ou o que
entendemos por civilização, para que assim possamos bem avaliar as
consequências e os desdobramentos de um possível, mas improvável, contato
global. E por que precisamos entender este ponto? Simples. Porque somente entre
duas civilizações que estejam aptas a um pleno entendimento pós-contato,
poderemos encarar o fato em si como algo a satisfazer as partes envolvidas.
Qualquer coisa que aconteça à margem de um entendimento pleno e construtivo
entre as espécies biológicas, tende a desqualificar o fato em si como um
contato positivo, amistoso, além de, possivelmente, classificá-lo como ocupação.
Não creio que seja esta última opção a mais desejada por todos os que propagam
ser chegada a hora da tão preconizada aterrissagem em massa de auspiciosas
frotas estelares. Não é nossa intenção aprofundarmos o assunto ao nível acadêmico,
já por não ser necessário, já por não corresponder ao propósito da argumentação
que será aqui desenvolvida. Vamos pontuar as questões mais relevantes e confrontá-las
com o que seria similar em nossos visitantes. Aqui, ao avaliarmos nosso estágio
tecnológico atual, e nossos avanços científicos, sem menosprezá-los, contudo, veremos
como se tornam risíveis idéias amplamente propaladas nos meios ufológicos como,
por exemplo, a tão decantada engenharia reversa, que abordaremos mais adiante.
Veremos como muita coisa em ufologia se propaga como fogo em palha seca porque
alguém, simplesmente, e inadvertidamente, riscou um fósforo. É quando a coisa
fagulha, aquece, incandesce, queima, apaga e desaparece!
Quais
são, enfim, os aspectos relevantes de um agrupamento de indivíduos, quaisquer
indivíduos em qualquer agrupamento, que devem ser levados em conta para que tal
agrupamento seja reconhecido como uma civilização? Comunicação global? Avanço
técnico-científico capaz de oferecer a cada indivíduo do agrupamento um
completo estado de bem-estar? A total bem-aventurança? É de supor que se
levarmos a questão ao cidadão comum, teremos uma resposta claudicante, limitada
e, quando não, incoerente. A mesma pergunta se for feita a quem tenha formação
superior deve nos levar, forçosamente, a uma resposta precisa, mais elaborada,
mais completa. Mas, perguntamos, se a resposta do cidadão comum é perfeitamente
descartável, e não deve ser levada em conta em defesa de uma tese, a resposta
do acadêmico nos convence? Talvez não! Vejamos por que! É provável que o
acadêmico comece por pontuar a linguagem e a escrita como dois dos aspectos
mais relevantes da civilização, associados ao avanço técnico-científico, ao
bem-estar social, a comunicação global, etc. Mas se o fizer, poderemos contra argumentar
com inúmeros outros pontos relevantes da questão e tornar o debate infrutífero.
Quem nos garante, podemos indagar, que dentro de 500, mil ou dez mil anos, ainda
estaremos usando a fala para nos comunicarmos pessoalmente, a escrita para
consolidarmos o conhecimento e os avanços técnico-científicos como geradores do
bem estar-social? Quem nos garante que já não estaremos usando a transmissão de
pensamento, a telepatia, para nos comunicarmos uns com os outros? Quem nos garante
que não tenhamos dispositivos tecnológicos comandados pelo pensamento, tão avançados
como seria hoje um celular nas mãos de um cidadão da antiga Suméria? Quem nos
garante que nossas cordas vocais já não estarão atrofiadas por falta de uso? Se
o cidadão comum apontar nossos avanços tecnológicos, perguntamos: nossa
tecnologia de um submarino atômico de hoje difere em que (conceitualmente) dos
galeões espanhóis, ingleses ou portugueses do séc. XV? Ou das galeras romanas
de César? Ou dos barquinhos rudimentares com que fenícios e vikings singraram
os mares em remotas eras? E nossa medicina atual, será que difere muito da
medicina chinesa de antanho, ou indiana ou egípcia? E nossa arquitetura? E
nossa cultura geral? Será que nossas bibliotecas de hoje ficariam a dever à
Alexandria? Aqui está o porquê deste floreio, de toda esta divagação introdutória.
O grau de civilização, qualquer grau, só faz sentido no espaço tempo em que se
desenvolve. Em tempo anterior não se mede, apenas se especula sobre o que
poderemos ter pela frente, e em tempo posterior, deixa de ser relevante, passa
a ser peça de museu, antiguidade. Isto nos mostra que, embora o termo
civilização não seja um conceito abstrato, é muito vago para ser definido por
um punhado de substantivos e alguns adjetivos. O arado e a colhedeira puxados a
burro, a maria-fumaça, o relógio de corda, a tv de raios catódicos e o rádio
valvulado, o foguete à pólvora, o primeiro aeroplano e o saturno v, e por aí
vai. Civilização não é uma coisa compacta, hermética, pronta e acabada,
encerrada no tempo e no espaço feita embrulho para presente, que uma vez
pronto, há de nos servir para todo o sempre. Neste contexto, a resposta do
cidadão comum é tão válida quanto a resposta do acadêmico. O dinamismo que
impregna uma civilização ao longo do tempo, transforma-a de tal maneira que
dificilmente hoje poderíamos antecipar nossos avanços nos próximos dez mil
anos. Não se conhece nenhum exercício, nenhum algoritmo de projeção capaz de
prever as transformações da raça humana num futuro mais longínquo, em vinte,
trinta ou cinquenta mil anos. Se isto assim se nos apresenta, o que dizer então
da ideologia, da filosofia, da fé, como questões abstratas? Quem de nós pode
afirmar com convicção que sabe como será nosso calendário religioso dentro de
alguns milênios? Existirá ainda o cristianismo? Nosso planeta é único e formamos
uma única raça, ainda estaremos separados entre Ocidente e Oriente? Será que a
humanidade já não terá se transformado num conjunto coeso de seres humanos,
harmônico e universalmente fraterno?
É
com certa frequência que deparamos, nas listas da NET e na mídia em geral,
opiniões pouco lisonjeiras tanto a respeito de nossa civilização, quanto no que
se refere a nossa ciência e nossa tecnologia. Não podemos concordar com isso.
Conforme nosso entendimento, não temos uma cienciazinha tacanha como ouvimos dizer,
nem tampouco uma civilização canhestra. Nós temos a civilização, a ciência e a
tecnologia que pudemos construir desde que descemos da árvore. Acreditamos
mesmo ser considerável o grau de desenvolvimento da espécie desde a descoberta
das pegadas de uma família de hominídeos, três indivíduos, dois adultos e uma
criança, há 3,5 milhões de anos na Tanzânia Setentrional. De lá para cá,
espalhando-se por todo o globo terrestre e ocupando todos os recantos
habitáveis possíveis, alcançamos os dias de hoje acabando por coroar essa longa
jornada com nossa triunfal descida na Lua, em 20 de julho de 1969. Nossos satélites
artificiais, nossa estações orbitais, as viagens à Lua, e alguns artefatos já
no limiar do espaço exterior, voyagers e pioners, são nossos primeiros passos
no rumo de uma civilização cósmica. Entretanto, e a despeito de tudo, mesmo o
de termos atravessado os limites de nosso sistema solar, é factível acenarmos
com um encontro formal entre duas ou mais raças alienígenas e nós? E por que
tal encontro deveria acontecer preferivelmente nos dias de hoje? Há algum sinal
inequívoco que aponte para essa possibilidade? Não! A resposta mais plausível é
simplesmente um redondo não! Um evento de tal magnitude, caso fosse viável,
seria precedido de inequívocos sinais muito antes de se concretizar
materialmente. Se deixarmos de lado nosso costumeiro voluntarismo e exercitarmos
o senso crítico sobre a questão, vamos ver que não há sinal algum no horizonte
dos eventos cósmicos que aponte para um encontro global entre raças alienígenas
e nós.
E
o que dizer da famosa equação de Francis Drake? Por que é sempre citada,
comentada, questionada? A verdade é que (N=Rxfpxnexflxfixfcxl) não aponta para
um contato. Sua função precípua não é a de prever viagens interestelares entre
civilizações do espaço, senão que especular sobre as probabilidades da
existência de tais civilizações. Por que então tanta celeuma sobre um contato
iminente se não temos nada que assim o indique? Se uma civilização alhures,
tendo superado os inimagináveis obstáculos a uma jornada pelo espaço cósmico,
pretendesse enviar uma expedição fraterna a um planeta qualquer com o objetivo
precípuo de estabelecer amizade, por que escolheria a Terra? E caso aqui
desembarcasse, com quem iria dialogar? Conosco, os brasileiros, com os
paraguaios, com os japoneses, com os russos ou com os americanos? Desceriam em
Brasília, na Praça da Paz, no Capitólio, na Riviera Francesa, em Washington ou em
Moscou, no Vaticano ou na ONU? Quer nos parecer que os obstáculos de toda ordem
interpostos entre nós e eles são simplesmente insuperáveis. Vejam que o que
chamamos de civilização em nosso planeta, é a raça humana como um todo, e que
está se transformando a olhos vistos. E eles, o que são? Quais são suas
idiossincrasias? E a sua política, e a sua ideologia, e a sua fé, e a sua
cultura? A despeito de seu possível e impensável poder tecnológico e grau de
ciência, sua conformação física seria antropomorfa? Seu fenótipo será
facilmente reconhecível por qualquer de nós?
Resumindo,
o que queremos dizer é que, antes que haja um contato global é preciso que haja
um propósito. E o propósito de um contato está em quem se propõe fazê-lo. Não é
o contatado quem decide a questão, é o visitante. Observem que em momento algum
rebatemos as gritantes evidências de que temos hóspedes aqui em nosso planeta,
e em todo o sistema solar. Quem nos acompanha em nossas divagações ufológicas
sabe muito bem o que pensamos sobre isso. E sabe que somos coerentes em nossa
argumentação. Uma coisa é termos seres alienígenas estabelecidos em nosso
sistema solar. Ainda que não saibamos quem, quantos, desde quando, como ou por
quê. E, principalmente, quais são suas intenções. Outra coisa é admitirmos a
vinda de frotas estelares até nosso sistema com o firme propósito de nos
contatarem. Contatarem-nos para quê? Qual seria o motivo que justificaria uma
tarefa de tal envergadura? O que temos de tão importante aqui que poderia lhes
interessar, a não ser o próprio planeta?
Cabe
aqui outra pergunta, a que parte do nosso ponto de vista: nós queremos
realmente um encontro global, ou fantasiamos um encontro global? Temos razões
para afirmar que o queremos de fato, que sabemos de suas imprevisíveis consequências,
ou tudo isso não passa de puro voluntarismo? Teria fundamento a tese de que um
contato global nos traria grandes avanços em todos os aspectos de nossa vidinha
insossa no planeta Terra conforme se apregoa? De acordo com as ideias que desenvolvemos
neste texto, a resposta continua sendo não! Se toparmos com seres alienígenas
que desfrutem do mesmo nível de evolução que o nosso, fato totalmente
improvável, pois se nós não temos como ir lá, também eles não teriam como
chegar aqui, nada ganharíamos com isso, tampouco nossos hóspedes conosco. O
mais provável seria que nós nos digladiássemos em intrigas e aleivosias. Se,
eventualmente, formos vítimas de um contato global com seres alienígenas muito
superiores a nós em tudo, tese perfeitamente defensável, ainda que, continuamos
acreditando-a improvável, ai de nós. Aqui residiria o maior perigo. Não partilhamos
da ideia provinciana, nem em tese, de que seres superiores em tudo tendem a ser
altruístas e benevolentes. Essa coisa de anjos extraterrestres pega bem na
literatura, nas religiões ou em hollywood. A realidade pode ser bem outra, e
bem amarga. Os maus exemplos, inúmeros, registrados em nosso próprio planeta,
de contato entre povos mais desenvolvidos e povos ainda no limiar da idade da
pedra, ou do ferro, um pouco mais ou um pouco menos adiantados, não nos
autorizam a assim acreditar. E todos nós sabemos disso. Todos nós sabemos que o
motivo de se buscar um contato entre povos estranhos nunca foi o de levar a bem-aventurança
a quem dela necessitasse. Os reais motivos, quando não passam pela conquista
pura e simples do povo contatado, ou pela ocupação de seu território, ainda que
disfarçada, passam, no mínimo, por necessidades gritantes de quem chega, se
instala, toma conta, se apodera e fica. De uma maneira ou de outra alguém
poderia ainda alegar que, uma vez que somos belicosos, incultos, intransigentes
e politicamente incorretos em quase tudo o que fazemos, não podemos medir os
alienígenas por nossa própria medida. Argumentam que a raça humana não é
espelho de possíveis espécies extraterrestres. Concordamos plenamente. Mas há
um porém, e esse porém é que nós somos o único exemplo sobre o qual podemos
especular. Ainda uma última pergunta: quem nos garante que os alienígenas que
aqui desembarcarem, se e quando desembarcarem, ainda que provenientes do espaço
exterior, não sejam piores que nós?! Quem era mais belicoso, Cortez ou
Montezuma, Francisco P. González ou Atahualpa, Custer ou Touro Sentado, Manuel
Preto ou Tupinambá?
Dois
são os propósitos ao expormos linhas acima nossa opinião sobre a momentosa
questão de um possível, porém improvável contato entre seres provenientes do
espaço exterior e nós. Um é o de nos mantermos alertas com respeito ao
desconhecido. E não estamos isolados nisso. Menos mal. Outro é nossa tentativa,
talvez ingênua, de tentar acalmar um pouco os ânimos de certas correntes ufológico-messiânicas,
que anseiam pela chegada em grande estilo de sabe-se lá quantas frotas
estelares sob tais e tais comandos anunciando-nos o paraíso! Pura balela! O
delírio é tamanho que até Jesus Cristo está prestes a desembarcar de um disco
voador! Não há mais limites para a fantasia e o deslumbramento. O despropósito é
tamanho anunciando a chegada dos extraterrestres, que mesmo argumentar contra
torna-se difícil. Marcianos e venusianos, uranidas, pleidianos ou unmitas, alguns
já desacreditados, Cabalá, Asket e Semjase, Akon, Orthon, Karran, Krion e
Ashtar Sheran são apenas alguns. Na vasta literatura ufológica abundam dezenas
de alienígenas e seus planetas de origem.
ENGENHARIA REVERSA ALIENÍGENA: É FACTÍVEL?
Quando
falamos em engenharia reversa entre a tecnologia alienígena, que deve estar
milênios à nossa frente, e a nossa, por certo não estamos nos dando conta do
abismo que nos separa. Engenharia reversa significa, em termos simples,
compreensíveis ao leigo, reproduzir, replicar ou copiar, dá tudo na mesma, qualquer
artefato tecnológico estranho a nós, e fazê-lo funcionar. Somente quem já esteve
envolvido em tarefa similar sabe o que isso significa. Em nossa vida profissional
nos laboratórios de uma multinacional do setor de telecomunicações, por cerca
de vinte anos, tivemos a oportunidade de participar de projetos de
transferência de tecnologia. Transferência de tecnologia de ponta de um grande
país da Europa Ocidental para a unidade aqui estabelecida. Vejam que o ponto
que abordamos como exemplo trata de transferência de tecnologia apenas. Questão
bem mais simples de se lidar do que engenharia reversa. Ainda assim existem
dificuldades de toda ordem que vão aparecer à medida que o trabalho avança.
Obstáculos e contratempos que se interpõem a todo momento, e questões menores
que sequer são antecipadas, mas que brotam do nada para tornar lento e
arrastado aquilo que deveria progredir célere. Observem que transferência de
tecnologia difere substancialmente do que entendemos por engenharia reversa,
ainda que, aparentemente, ambas as coisas apresentem similaridades. Na
transferência de tecnologia entre países, vejam agora o caso de Brasil e França
com as negociações sobre os caças rafalles, da Dassault, estamos tratando com
gente como nós, muitas das vezes falando o mesmo idioma, exteriorizando os
mesmos hábitos, costumes, vícios e idiossincrasias. Temos todos os manuais
disponíveis discorrendo sobre tudo. Temos toda uma consultoria para nos dirimir
quaisquer dúvidas que se nos depare ao longo do processo. Via de regra, temos
tudo à mão, materiais, manuais, protótipos, o que nos resta fazer é desenvolver
um equipamento similar, testar, aprovar e produzir. Ainda assim, o acordo entre
as partes demanda meses, anos, quando não, décadas para ser levado a cabo e
gerar frutos. Dito isto, o que podemos concluir então da tal engenharia reversa
entre nós e os alienígenas? No que nos diz respeito nunca existiu. Não passa de
lenda. Engenharia reversa entre a tecnologia alienígena e a nossa seria como
levar uma TV, um celular, um smartphone, um PC ou um aparelho de som lá para o
alto Xingu, reunir a tribo, rezar o abc tecnológico do “radio handbook” para o
morubixaba tupinambá e intimá-lo: agora monta e faz funcionar!
UMA NOVA TEORIA
A
humanidade ensaia timidamente os primeiros passos para a construção de uma civilização
cósmica. Se não depararmos com um acidente de percurso que inviabilize nosso
destino final, é o que faremos. Ocupar o espaço em torno da estrela que lhe dá
suporte à Vida é vital para toda espécie cujo crescimento demográfico impõe um
progresso igualmente acelerado dos bens de produção, da ciência e da
tecnologia. Quando tivermos esgotados nossos recursos naturais, vamos necessitar
dos planetas adjacentes. Já desembarcamos na Lua (a despeito de quem pensa o
contrário), amanhã desceremos em Marte, depois numa lua de Júpiter (Io ou Europa),
a seguir (Vesta, Ganímedes ou Titã). Faremos isso até os limites do nosso sistema.
Ir além de nossas fronteiras já é assunto para a FC.
Entrementes
há uma pergunta nas entrelinhas: e nossos hóspedes neste planeta? Se sua
natureza assemelha-se à nossa, se progrediram em todos os níveis, além do
tecnológico, principalmente o demográfico, é lógico supor que também precisem
de espaço tanto quanto nós. Um planeta, qualquer planeta, do nosso sistema ou
de qualquer sistema alhures, é finito em suas possibilidades de abrigar a vida
se não puder conter o crescimento demográfico da espécie que o habite. E ainda
que o contenha, o próprio planeta, ao longo de alguns milhares de anos, fatalmente
terá exaurido seus recursos. A geração de energia, a produção de alimentos, a
acomodação, o abrigo e o transporte de bilhões de seres vivos, num dado momento
entra num processo irreversível de degradação ambiental, atinge o colapso.
Portanto, muito antes disso, qualquer espécie dominante, estando ciente das
condições adversas que se avizinham, vai engendrar uma solução fazendo uso de
todo poder científico e tecnológico que disponha. E é por este viés da questão
nada auspicioso para nós, que expomos nossas reflexões sobre o que fazem aqui
os alienígenas. Nosso planeta está na meia idade, nem muito jovem, nem tão
velho assim, são quatro e meio bilhões de anos de vida antes que o Sol o
aniquile inexoravelmente, e nossos recursos naturais, a despeito de sermos uma
espécie predadora, estão longe de um esgotamento total. Nesse quadro, temos
pela frente, sem falso otimismo, algumas centenas de milhares de anos antes de
nos defrontarmos com o problema de abandonar a casa. Mas o que dizer do planeta
de nossos hóspedes? Se o planeta de onde vieram está se exaurindo, e a Terra é
sua alternativa mais viável, não seria lógico supor que estejam aqui tentando
estabelecer as condições adequadas para uma migração em massa enquanto há tempo?
Ou quando chegar a hora? Discutiremos isso mais a frente.
UM PROPÓSITO OBSCURO
A
rigor, quanto mais refletimos sobre o problema, mais um ponto nos parece claro:
não são visitantes casuais, nem comportam diferentes espécies. A espécie é uma
só, e não importa de onde tenham vindo, de nosso próprio sistema ou de seu
exterior, adaptaram-se ao nosso planeta e estão pondo em prática um projeto de
ocupação, à nossa revelia. E é isso que nos preocupa. Preocupa quando somos sequestrados
e levados à força para o interior de suas máquinas, e lá submetidos a exames
invasivos sem que possamos impedi-los. Preocupa quando induzem um ser humano,
homem ou mulher, a um intercurso sexual com alguém de lá sem que tenhamos a
mínima ideia de suas consequências imediatas ou futuras. Preocupa quando
pesquisadores e estudiosos da ufologia ignoram, na boa fé, a periculosidade
alienígena. O que, convenhamos, não corresponde à verdade. A hostilidade para
com nossa gente, nossa flora e nossa fauna, é manifesta, é evidente, e está
registrada em centenas de relatos de absoluta credibilidade. Sentem-se tão
senhores da situação, que não buscam sequer escamotear suas ações nefastas! E
preocupa ainda mais quando eles fazem questão de nos mostrar escancaradamente
seu poderio tecnológico como advertência! Como quem diz: cuidado, terráqueos,
podemos reduzi-los a pó, basta que se oponham a nós!
MAS, AFINAL, O QUE É UM ALIENÍGENA?
No
contexto ufológico, de acordo com alguns relatos dignos de fé, outros nem
tanto, além de centenas de fotos e filmes de credibilidade duvidosa a maioria,
o tipo físico predominante é o *grey. Seria o grey um exemplo de vida alienígena
inteligente extremófila, adaptável a qualquer ambiente? É uma pergunta provocativa,
sem dúvida, e ainda não temos respostas para ela. Sabemos que são antropomorfos
porque é dessa forma que são vistos. Estudos taxonômicos levados a efeito por
ufólogos que se dedicaram a esse viés da questão baseados em incontáveis testemunhos
ao redor do globo, apresenta-os como dotados de cabeça, tronco e membros. Mas
esses estudos não bastam para aproximá-los de nós, na verdade, são absolutamente
insuficientes para classificá-los seja lá do que for. Um ser vivo, de uma
bactéria ao homem, tem tal complexidade estrutural que qualquer classificação
que não o leve em conta como um todo, que o defina apenas em parte, ou por uma
de suas partes, tal como a fábula do elefante indiano, nunca será suficiente
para um esboço antropológico.
Faz
sentido acreditar que haja Vida similar à nossa no Cosmos, ainda que baseada no
carbono, hidrogênio, fósforo, enxofre, nitrogênio e oxigênio? Sim, e não. Supor
que vamos encontrar um alienígena à nossa imagem e semelhança porque é formado
com os elementos básicos citados acima, é pura fantasia bíblica. Nada indica
que seja assim. Aceitar que um único DNA, o DNA humano, predomine no universo
produzindo vida inteligente seria uma aberração cósmica.
*Baixa estatura para nossos padrões, pele rugosa e
escura, olhos grandes, negros e oblíquos, nariz, boca e orelhas indefinidos,
não falam, não ostentam musculatura e não exteriorizam sentimentos, mas são
dotados de enorme força mental e física.
NÔMADES DO SISTEMA SOLAR? PARASITAS?
Se
refletirmos friamente sobre o modo como essa espécie se comporta em nosso meio,
a começar por seu vai-e-vem constante em todos os recantos do globo, então as
respostas ao subtítulo do parágrafo é sim! Até sua demografia, se a ela
tivéssemos acesso, deveria ser algo incompreensível para nós. Onde estão suas cidades?
Onde estão seus órgãos de governo, seus hospitais, suas escolas, suas praças
esportivas, suas festividades, suas famílias? Onde estão seus veículos de transportes,
seus trens, seus bondes, seus ônibus e metros? A não ser suas geringonças
arredondadas que parecem servir para tudo, até para moradia, o que mais têm
eles que ignoramos e que faça parte do seu modus
vivendi? Que filosofia de vida praticam? Como será que se comportam
religiosamente? Enquanto nós, seres humanos, sequer compreendemos ainda nossa
própria espiritualidade, a vertente ufológica esotérica canta em prosa e verso
a decantada espiritualidade alienígena, será que eles as têm realmente?! Logo,
há que se perguntar, como atribuir ao ET a santíssima trindade se a própria
igreja católica custou a reconhecê-la na raça negra? Socialmente falando, como
administram suas vidas, seus agrupamentos, suas comunidades? Vivem sob a égide
de tutores, de mestres, casais legalmente constituídos, professores e
assemelhados, ou com eles é cada um pra si e Ashtar Sheran pra todos? Suas
crianças não precisam de escolas, creches, parques infantis, recreação, enfim?
Ou sua sociedade é feita apenas de adultos? Por fim, onde descartam o lixo
urbano? No fundo de nossos oceanos? Bem, neste caso, e somente neste caso, se
assim for, não podemos criticá-los, nós fazemos pior, inundamos de dejetos
nossos mares.
Com
os primeiros passos na conquista espacial, descobrimos que somos dependentes da
força g ao nível do chão para vivermos bem. Longa permanência num sistema sem
gravidade acarreta perda de massa muscular, perda óssea, volume sanguíneo, além
dos eventuais transtornos psíquicos. Há que considerar ainda as radiações
nocivas a que ficam expostos os seres vivos quando acima da estratosfera. Os
extraterrestres estariam imunes a todos esses contratempos? Não adoecem? No que
se refere a sua anatomia, órgãos internos, fisiologia, de que natureza são? É
lógico supor que nossos visitantes são constituídos de células tais como as
nossas. Nossas células são dependentes de água para se desenvolverem, para se
multiplicarem e para se regenerarem, 20% em células adiposas a 80% nos neurônios.
Eles, não? Pelo que sabemos, não há muita água no sistema solar, exceto em
nosso planeta. E o que dizer da energia que precisam para viver? Como é que se
alimentam? Aqui na superfície a produção de energia e de alimentos é uma
questão básica para todos os povos. Será que nossos hóspedes vivem de sugar
nossa energia e de surripiar nossa comida? É dessa forma que vivem os
parasitas. Será por isso que precisam de nós, será por isso que nos
preservam?...
VIAJANTES DAS ESTRELAS
Outro
ponto que não consideramos defensável seria tratá-los como viajantes das
estrelas. Não existe qualquer relato de fonte fidedigna, irrefutável, dando-nos
conta de que uma astronave aterrissou em qualquer ponto do nosso planeta, e
dela tenham desembarcado visitantes do espaço sideral, seja lá com que
propósito for. Não há registro de ninguém que trate a ufologia com seriedade em
qualquer grupo de estudos, em qualquer ponto do globo, que possa afirmá-lo de
maneira insofismável. Nem poderia ser de outro modo, qualquer afirmação nesse
sentido é, com certeza, paralogismo. Qualquer nave espacial que aportasse em
nosso sistema comandada por seres biológicos inteligentes, dificilmente
manter-se-ia longe da mídia e da curiosidade popular. Mormente se seu objetivo
primeiro fosse contatar-nos. O alvoroço provocado seria tamanho que colocaria
em cheque a normalidade social. Muito provavelmente, antes que o evento
ocupasse a mídia e se espalhasse pelo mundo, as forças armadas entrariam em
ação com rigor para conter os ânimos exaltados e os paparazzi. Ato subsequente seria submetermos nossos visitantes a
uma rigorosa quarentena para evitar possíveis contaminações.
A
esterilização de equipamentos, dos trajes e dos objetos pessoais, de suas
provisões e dos artefatos tecnológicos é prática rotineira em nossas viagens
espaciais, isso inclui os astronautas. Há o risco de contaminarmos o ambiente
exterior, sem termos como avaliar suas consequências, e o risco de regressarmos
de lá contaminados por uma bactéria patogênica vinda de fora, o que poderia ser
catastrófico para nossa espécie. Isto nos leva a pensar que também nossos
visitantes podem nos contaminar ou, em idênticas circunstâncias, serem
contaminados por micro-organismos de nosso meio ambiente. Todo ser vivo
multicelular é um hospedeiro natural de micro-organismos, patogênicos ou não,
alienígenas não devem ser diferentes. Em vista disso, qualquer possível
contato, ainda que improvável, entre espécies distintas, deve ser conduzido com
máxima cautela de ambas as partes. Convém não nos esquecermos da celeuma
provocada pelo **Allan Hills 84001, meteorito encontrado na Antártida em 27 de
dezembro de 1984, cujas dúvidas, se estava ou não impregnado de micro-organismos
marcianos, perduram ainda hoje. Isto nos dá uma ideia de como é difícil para os
microbiologistas lidarem com a vida bacteriana e as consequências de possíveis
contaminações.
Outro
ponto não menos importante para quem, eventualmente, aterrissasse em nosso
planeta seria sua adaptação orgânica a este sistema. A não ser que encontrassem
aqui uma biosfera rigorosamente similar a de seu planeta de origem, a mesma
composição do ar, igual pressão atmosférica, igual teor de umidade e temperatura,
ciclo solar de 24 horas e força g de 9,8 m/s2, não teriam, tão prontamente,
tamanha liberdade de locomoção, liberdade essa tão a gosto dos relatos fantasiosos.
Entretanto o que se pretende apontar aqui não é o impacto sobre nós de um
evento de tal natureza, ao contrário, é mostrar que tal evento está longe de
acontecer. Veremos isso no apêndice “argumentação”.
**
ALH 84001, meteorito de 1,931g encontrado na Antártida em 27 de dezembro de
1984.
Sejam
quais forem as respostas às nossas indagações, ao examinarmos o fenômeno
ufológico, algo fica evidente: os que estão aqui, nômades ou não, parasitas ou
não, não são nossos irmãozinhos cósmicos! São agressivos! Histórias da carochinha
de que ET é bonzinho, que ET cura doenças, que este ou aquele contatado, então
doente, curou-se por vontade extraterrestre, não têm fundamento, não se sustentam,
são fantasiosas e inverossímeis. Temos relatos na ufologia séria, e não são
poucos, de pessoas absolutamente sãs que após um contato de 2º ou 3º grau perderam
a saúde, tiveram suas vidas arruinadas, quando não, foram levadas à morte.
Exemplos não faltam. É também verdade que, vez por outra, alguém doente se diz
curado após um contato, e não temos como negá-lo. Mas o que se discute aqui não
é se houve ou não a cura, é a questão de causa e efeito. Creditar ao ET o
milagre, quando não há nada nos fatos que nos autorize a assim pensar, é
leviandade! Hoje, com o avanço científico no campo da saúde, sabemos que muitas
doenças são auto-curáveis, tem mais a ver com a reação emocional e psíquica do
doente, com sua postura, sua alimentação, seus hábitos de vida e menos com a
terapêutica. Há registros de pessoas desenganadas pelos médicos que voltaram à
vida sem que se saiba exatamente como, mas não porque um ET assim o quis. O
pensamento positivo, a prática do bem, até a (controvertida) cura pelas mãos
(reiki), a autossugestão e o ho’oponopono são práticas conhecidas em todos os
seguimentos da sociedade, quer da oriental, quer da ocidental, e não foram
trazidas por ETs. Portanto, antes de atribuirmos uma prática miraculosa de
alguém a um suposto contato ufológico, conviria nos inteirarmos dos fatos,
submetê-los a uma rigorosa análise de laboratório, e só então, munidos de
laudos irrefutáveis, trazê-los a público.
AVANÇOS E RECUOS
Como
entender então o fenômeno ufo? Quando teorizamos sobre os alienígenas na
tentativa de compreendermos sua presença em nosso planeta, três são os pontos
básicos que norteiam nossas dúvidas e atormentam nosso espírito, não necessariamente
pela ordem: a) quem são; b) de onde vêm e, c) o que querem aqui... São dúvidas
que permeiam todo trabalho levado a efeito sobre a presença alienígena entre
nós, contudo, e a despeito de um enorme esforço despendido, e de considerável
quantidade de papel impresso, não temos avançado muito sobre o tema. A
manifestação peculiar do fenômeno é um sério obstáculo interposto entre o estudioso
e o objeto de seus estudos. Tudo porque não temos como colocar em prática um
processo efetivo de abordagem sobre nossos hóspedes para conduzir um trabalho
aprofundado de sua natureza. A investigação científica, qualquer que seja, para
ser levada a cabo com proficiência requer uma condição básica, imperativa, que
é a de poder isolar seu objeto de estudo. Sem isto, sem abranger amplamente seu
campo de ação, sem ter como pesar, medir, classificar, quantificar e
qualificar, o investigador poderá, quando muito, emitir um juízo parcial sobre
seu trabalho, nunca definitivo. O disco voador é assim, seu comportamento imprevisível
não nos permite observá-lo sob condições de um amplo domínio de suas variáveis.
Em suma, o quadro é desalentador! O que nos propomos fazer então, contando com
uma boa dose de sorte, é tentar surpreendê-los em suas ações, registrá-las na
casuística (temos feito isso com rara competência ao longo de seis décadas em
todos os recantos do planeta), estudá-la e teorizar sobre o que o futuro nos reserva.
Os
estudos taxionômicos citados lá atrás, a regressão hipnótica com abduzidos e as
práticas cirúrgicas para retirada de implantes, nos permitiram avançar um pouco
mais nosso entendimento sobre eles, ao mostrar-nos que o tipo predominante é o “grey”.
Caracterizam-se assim os cabeçudos (alfa 1) de olhos negros, volumosos e
saltados, tanto quanto os menorzinhos (alfa 2) com feições menos grotescas, mas
nem por isso menos agressivos. Alfa 1 e alfa 2 aparecem em mais de 70% dos
contatos onde a interação com seres humanos deixam sequelas. Os demais tipos
citados não merecem maiores atenções, pensamos nós. Gigantões ou anãozinhos,
loiros ou não, peludos ou pelados, não são os que movem as peças nesse
enigmático tabuleiro de xadrez, talvez sejam coadjuvantes.
A
auspiciosa classificação morfológica foi um ponto de partida, mas ficou nisso.
Infelizmente, até hoje, nenhum cientista social atreveu-se a desenvolver um
estudo antropológico alienígena mais abrangente, conquanto se quisesse fazê-lo,
teria material coletado em abundância à disposição. De resto, enquanto
assistimos passivamente o desenrolar daquilo que pode ser uma ignóbil pesquisa
de laboratório a que estamos sendo submetidos; eles estão lá fora, em algum
lugar ou em centenas de lugares ao mesmo tempo, certamente dando continuidade a
um propósito obscuro.
CONCLUSÃO
Ficção
científica?! Não, absolutamente! Quem nos acompanha em nossas reflexões ao
longo do tempo sabe que não exageramos. O cenário que desenhamos da presença
alienígena em nosso planeta é baseado em fatos irrefutáveis, e é factível. Seu
desfecho pode estar programado para daqui dez, vinte, cinquenta ou duzentos
anos, não importa, desde que eles disponham de tempo para realizarem sua sinistra
tarefa enquanto somos reféns em nossa própria casa, eles a realizarão. O quadro
é sombrio, e as poucas vozes de alerta soam no deserto.
Golias
contra o rei Davi! Pena que, neste caso, Davi está desarmado, Golias tem a força,
a funda e a pedra.
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